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    Casa Daros é vendida para grupo de educação e encerrará atividades

    DE SÃO PAULO

    27/10/2015 18h02

    A Casa Daros, casarão neoclássico que atualmente abriga um dos centros culturais mais importantes do Rio, será vendida para a rede de escolas Eleva Educação e encerrará suas atividades, anunciou nesta terça-feira (27) a instituição Daros Latinamerica.

    Projetado pelo arquiteto Francisco Joaquim Bethencourt da Silva (1831-1912) e construído em 1866, o imóvel em Botafogo foi comprado em 2006 e reformado pela empresa, em uma operação que custou R$ 83 milhões. O espaço dedicado à arte foi inaugurado em 2013 e seu destino se tornou incerto em maio deste ano, quando funcionários foram comunicados sobre a decisão de fechar as portas.

    Na época, responsáveis pela instituição afirmaram à Folha que o fim das atividades tinha a ver com a necessidade de economizar para fazer circular as obras de um acervo com cerca de 1.200 obras de artistas latino-americanos, todas armazenadas em Zurique, sede da coleção Daros. O museu no Rio vinha sendo mantido com recursos privados da empresa.

    Divulgação
    Casa Daros, em Botafogo, no Rio de Janeiro
    Casa Daros, em Botafogo, no Rio de Janeiro

    O casarão passará efetivamente, em fevereiro de 2016, às mãos do grupo de educação, pertencente ao fundo Gera Venture Capital, que tem entre seus investidores o bilionário Jorge Paulo Lemann, um dos controladores da AB InBev.

    O Eleva tem uma rede de 59 escolas, com mais de 25 mil alunos. Outros 30 mil estudam por meio de sua plataforma de ensino em escolas parceiras. Procurada, a empresa não confirmou se transformará a Casa Daros em mais uma de suas unidades. Em comunicado, a Daros Latinamerica afirma que o local terá fins educacionais.

    Nos dois anos em que existiu, o centro cultural realizou mais de 20 exposições, algumas delas referência no cenário nacional, como as retrospectivas do argentino Julio Le Parc e do brasileiro Luiz Zerbini. O espaço também exibiu uma parte significativa da coleção suíça, que reúne trabalhos de 127 artistas, 19 deles brasileiros, produzidos desde a década de 1960 até os dias de hoje. Desde 2000, a suíça Ruth Schmidheiny começou a adquirir esse acervo.

    A programação no centro cultural continua até 13 de dezembro. De quarta a domingo, a partir das 11h, ficarão abertos as exposições "Cuba - Ficción y fantasia" e "Nada Absolutamente Nada", o Cine Daros o restaurante-café Mira!, além das demais atividades.

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