• Ilustrada

    Thursday, 16-May-2024 07:57:11 -03

    CRÍTICA

    Boogarins mescla Pink Floyd, viola caipira e Mutantes em som etéreo

    ANDRÉ BARCINSKI
    ESPECIAL PARA A FOLHA

    30/10/2015 02h05

    O recente sucesso da banda Tame Impala recolocou no vocabulário do indie rock um gênero que estava meio sumido e que sempre foi relegado a um canto: a psicodelia.

    O quarteto goiano Boogarins faz parte dessa tradição musical, tão ampla quanto difícil definir. O som da banda traz elementos como o space rock do Pink Floyd e o pós-tropicalismo dos Novos Baianos, os experimentalismos sônicos dos Mutantes e –por favor não me xinguem, indies– a melancolia contemplativa da bossa nova e uma certa nostalgia lúdica da música caipira.

    "Manual ou Guia Livre de Dissolução dos Sonhos" junta tudo, e o resultado é um trabalho pessoal. O Boogarins não parece fazer música de acordo com as conveniências comerciais. As canções são, na maioria, lentas e repetitivas, com guitarras que criam texturas hipnóticas e meditativas.

    As letras aparentemente simples ganham força quando colocadas por cima de sua música. O senso de deslocamento é amplificado pelos sonoros etéreos e viajandões.

    Eles cantam em português, mas as letras minimalistas poderiam ser traduzidas para qualquer idioma. Para o público estrangeiro, deve ser estranho e fascinante ouvir psicodelia em português e perceber como o gênero se adapta bem a qualquer cultura.

    Escute 10 bandas que influenciaram Boogarins

    MANUAL OU GUIA LIVRE DE DISSOLUÇÃO DOS SONHOS
    ARTISTA Boogarins
    GRAVADORA Stereomono/Skol Music
    QUANTO R$ 27,90

    ANDRÉ BARCINSKI é jornalista e autor de "Pavões Misteriosos" (Três Estrelas)

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024