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    Gabriel García Márquez queria ser cineasta, conta filho do escritor

    DA EFE

    31/10/2015 11h39

    Rodrigo García, o filho cineasta de Gabriel García Márquez, revelou durante um simpósio nos Estados Unidos que o pai sempre teve o sonho de rodar um filme, mas, diferentemente de suas habilidades literárias e jornalísticas, ele fracassou nessa tentativa.

    O cineasta que García Márquez levava dentro de si despertou em 1954, quando colaborou, em Barranquilla (Colômbia), com a realização de um curta-metragem surrealista "A Lagosta Azul", e mais tarde, quando vivia na Europa, estudou cinema em Roma.

    Décadas depois, o Nobel colombiano fundaria a Escola Internacional de Cinema e Televisão de San Antonio de Los Baños, em Cuba, instituição que financiou e na qual ministrou oficinas que se tornaram a semente de inspiração de muitos jovens cineastas.

    No México, García Márquez foi roteirista de diversos projetos, alguns com o escritor Carlos Fuentes, mas nunca dirigiu um filme, como gostaria. "Havia a possibilidade de escrever roteiros e eventualmente dirigir um filme, mas, por sorte, Gabo fracassou e teve que se conformar apenas com escreveu", ironizou Rodrigo García.

    García, o filho, fez essas observações durante o simpósio Gabriel García Márquez: Sua Vida e Seu Legado, que a Universidade do Texas, em Austin, promoveu durante três dias por ocasião da abertura a público do arquivo pessoal do escritor.

    Na conversa, o filho —que, diferentemente do pai, dirige produções para o cinema e para a TV— contou algumas histórias de sua infância e do ambiente em que cresceu: "Cresci com o mito do que meu pai considerava grandes filmes: 'O Barba-Ruiva' e 'Os Sete Samurais', de Akira Kurosawa, ou 'De Crápula a Herói', de Roberto Rossellini".

    Ele contou, além disso, como o pai aparece, em suas memórias da infância, sentado à mesa de casa com outro roteirista como Carlos Fuentes, Jaime Humberto Hermosillo ou Felipe Cazals. "Gonzalo [irmão] e eu crescemos em um mundo em que nada se apreciava mais do que as histórias ou o trabalho político e social. Nós, quando pequenos, não conhecíamos um só homem de negócios, todo mundo era escritor, poeta, pintor, roteirista, algum médico", disse.

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