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    Grupos pernambucanos reinventam frevo pop em novos projetos

    BEATRIZ MONTESANTI
    DE SÃO PAULO

    05/11/2015 13h05

    O frevo das ruas de Olinda sempre foi afeito a pistas de dança. Dois grupos, um já elogiado pelo New York Times e outro recém-criado, acabam de lançar trabalhos originais de resgate pop da música pernambucana tradicional.

    A Orquestra Contemporânea de Olinda disponibilizou para pré-venda o disco "Bomfim", terceiro trabalho da big band e o mais regional até agora, uma homenagem a Olinda com pitadas de referências pop.

    O grupo que desde 2008 usa o frevo como base para suas composições contemporâneas voltou-se agora ao candomblé, aos coco de umbigada e ao maracatu da cidade natal de seus integrantes.

    Divulgação
    Integrantes da Orquestra Contemporânea de Olinda em frente a casa de um deles ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
    Integrantes da Orquestra Contemporânea de Olinda em frente a casa do percussionista Gilú

    "Queríamos um disco que tivesse as características de Olinda, mas não necessariamente do centro, da Cidade Alta, mas do subúrbio", diz o guitarrista Juliano Holanda.

    "Mas não usamos na forma dos mestres originais. Geralmente pegamos a essência e damos nossa pitada", acrescenta o percussionista Gilú.

    A homenagem à cidade se estende para o projeto gráfico do álbum, que em sua capa traz um garoto usando uma fantasia de papel marchê produzida por Julão das Máscaras, terceira geração de uma família dedicada ao artefato no bairro de Guadalupe.

    A foto foi produzida em frente à casa de Gilú, no mesmo bairro. "A gente queria uma foto na cidade. É um bairro muito tradicional, onde fica sediado o [bloco de Carnaval] Cariri e tem vários terreiros de Candomblé", conta o músico.

    O trabalho vem sendo apresentado desde julho, com shows no Rio, Goiânia e Brasília. O grupo deve chegar em São Paulo em janeiro do ano que vem.

    Bomfim

    FREVOTRON

    Aos moldes do som produzido pelos meninos de Olinda, três grandes nomes da música pernambucana se uniram em um novo projeto, o Frevotron.

    O disco é um plano antigo dos amigos Maestro Spok e DJ Dolores, que receberam a contribuição do filho de Spok, Yuri Queiroga.

    Lançado oficialmente na semana passada, o álbum que leva o nome do grupo recém-criado está disponível para download, e terá suas primeiras apresentações em São Paulo nesta sexta (6) e sábado (7), no Sesc Pompeia.

    Divulgação
    Integrantes do Frevotron ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
    Yuri Queiroga, DJ Dolores e Maestro Spok, integrantes do Frevotron

    "Sempre encontrei com Spok em turnês pelo exterior e a gente falava sobre inventar algo junto, mandar a banda embora e criar alguma coisa que caiba dentro de um carro", conta DJ Dolores, nome artístico de Hélder Aragão, comparando o trio à grande equipe de músicos que costuma acompanhá-lo em apresentações.

    Fã de Sex Pistols, DJ Dolores diz sempre perseguir uma "música cosmopolita". "Eu quis fazer isso, mas recorrendo a referências locais, do Recife."

    Para tanto, partiu do frevo, do forró e das guitarradas, para chegar a um disco de pop eletrônico, com influências de hip hop, jazz e rock. "Gosto de trabalhar com essa contradição".

    A base para as dez faixas do disco foram compostas por ele ao lado de Queiroga, e receberam depois os arranjos de Spok —acostumado a reinventar o ritmo pernambucano com roupagem jazzística.

    O trabalho conta com a participação de músicos como Otto, Jorge Du Peixe, Marion Lemonnier, Jam da Silva, Lira e MC Sombra —os dois últimos estarão nas apresentações em São Paulo.

    A faixa que conta com o vocal de Otto, já tem um clipe psicodélico feito com recortes de filmes de velho-oeste.

    Frevotron

    FREVOTRON
    QUANDO nesta sexta (6) e sábado (7), às 21h30
    ONDE Choperia do Sesc Pompeia, r. Clélia, 93, (11) 3871-7700
    QUANTO de R$ 9 a R$ 30
    CLASSIFICAÇÃO livre

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