Hugo Segawa, arquiteto e professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, renunciou ao cargo de diretor do Museu de Arte Contemporânea (MAC) da USP, localizado no antigo prédio do Detran, no Ibirapuera.
A carta com o pedido para deixar a instituição foi entregue a funcionários, membros do conselho deliberativo e reitoria da universidade na segunda (9). O motivo da saída prematura –o arquiteto cumpriu 19 dos 48 meses de mandato– é seu isolamento em relação ao conselho, diz.
"Ao longo desta gestão, tomei uma série de iniciativas cujas decisões deveriam ser submetidas ao corpo deliberativo", afirma à Folha.
Davi Ribeiro/Folhapress | ||
O arquiteto Hugo Segawa, que renunciou ao MAC |
"Houve muitas divergências no modo de conduzir essas decisões. Após uma série de discordâncias, entendi que seria conveniente que o museu tivesse um diretor mais alinhado com o conselho deliberativo. Por isso renunciei."
Segawa não detalha tais divergências, mas a Folha apurou que a última delas ocorreu na sexta (6), durante votação para abrir licitação para um restaurante no MAC: apenas ele, autor da ideia, foi a favor.
"São episódios menores, mas que se acumulam", diz. "Fui eleito por este conselho e, aparentemente, não correspondi às suas expectativas."
PASSADO
O caminho de Segawa até a direção do MAC foi marcado por eventos inéditos na história da instituição. Por exemplo, ele foi o primeiro arquiteto a ocupar o posto de diretor do museu.
Segawa foi eleito no primeiro pleito após a extinção da exigência de lista tríplice –em que três nomes eram indicados por funcionários, cabendo ao reitor a decisão.
FUTURO
Nos próximos dias, o reitor da USP, Marco Antonio Zago, deve publicar no Diário Oficial paulista a exoneração de Segawa. A partir dessa data, quem assume é a vice-diretora do MAC, Katia Canton, mas por um período limitado: o primeiro ato dela deve ser a convocação de nova eleição para a vaga de diretor.
A assessoria do MAC afirma que o pleito deve ocorrer apenas em 2016.
A reportagem tentou falar novamente com a assessoria da instituição para ter uma posição do conselho deliberativo, mas não conseguiu respostas até o fechamento da edição. A vice-reitora também não retornou.