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    Trio baiano Maglore leva indie rock tropical ao palco do Lollapalooza

    ANAHI MARTINHO
    DE SÃO PAULO

    13/11/2015 12h55

    Com seis anos de estrada e três álbuns lançados —o mais recente pela gravadora DeckDisc e os dois primeiros independentes— a banda Maglore fará sua estreia em festivais de peso internacional na quinta edição do Lollapalooza, em abril de 2016.

    No último ano, a carreira do trio baiano deslanchou: emplacaram hits em rádios pelo Brasil, assinaram contrato com a primeira gravadora e há três semanas abriram a apresentação do Muse, no Allianz Parque, em São Paulo, para mais de 30 mil pessoas.

    "Achamos que era trote quando a produção do Muse entrou em contato", lembra o baixista Rodrigo Damati. Nervosos e temendo vaias, eles se surpreenderam com a boa recepção dos fãs do trio britânico —e de quebra angariaram novo público. "Conheci eles no show do Muse e gostei do som", conta a fã Laysa, 20, após a apresentação do Maglore no Sesc Consolação no último sábado (7), quando tocaram para cerca de 300 pessoas.

    Após o show, atenderam por mais de uma hora a pedidos de selfies e também autografaram capas do vinil do álbum "III". Surpreenderam-se com o coro do público, que sabia quase todas as letras e se emocionaram com a história de duas garotas de Taubaté que viajaram até São Paulo para vê-los.

    Sucesso na Bahia desde meados de 2012, o grupo ganhou destaque na capital paulista no final do ano passado com a faixa "Mantra", ganhadora de concurso da rádio 89 FM. O single rendeu o contrato com o produtor Rafael Ramos, da DeckDisk, que ajudou a profissionalizar o projeto.

    Mantra

    O indie rock tropical de influências dos anos 1970 e letras filosófica, como em "O Sol Chegou", "Invejosa", "Dança Diferente" e "Se Você Fosse Minha", foi somado a um lado mais pop que aflorou no terceiro disco.

    Para a banda, a assinatura do contrato com uma gravadora significou menos uma moldagem do som por parte da indústria fonográfica e mais um mecanismo para viabilizar os projetos. "Temos liberdade artística absoluta. Rolou um entrosamento, uma compreensão da banda por parte da gravadora", conta Teago. "Acho que as gravadoras estão caindo na real e deixando os artistas com mais liberdade", crê o vocalista.

    "Temos essa veia pop, até pelas nossas influências", aponta o baterista Felipe Dieder, citando Beatles, Ramones, Strokes, e as referências baianas João Gilberto, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Tom Zé.

    "Sucesso para nós é atingir as pessoas com nosso som, fazer refletirem sobre isso. Até ano passado eu tocava minhas músicas em bares de Salvador para 10 pessoas. Hoje já foi uma vitória um público de 300 pessoas cantando 80% do show, acompanhando a banda, interagindo na internet", comemora Teago.

    ENTUSIASTA

    O show no Sesc teve participação do vocalista do Vanguart, Hélio Flanders, espécie de "padrinho" da banda —ele rejeita o termo, que considera cafona.

    Apaixonado pelo som do Maglore, Hélio deu força ao grupo há dois anos, quando passavam por um momento de reformulação e incertezas. Com a saída de dois membros e a entrada de Damati, o quarteto virou trio.

    "Acompanhei a reestruturação e o fortalecimento deles como trio. Meu papel foi o daquele 'brother' entusiasta que falou 'vocês estão loucos de desistir agora, fizeram o rolê todo, não podem abandonar essa banda maravilhosa'. O Vanguart também teve momentos catastróficos e eu tive pessoas que fizeram esse papel por mim", lembra Flanders.

    Teago reitera: "Era um momento de fragilidade e a injeção de ânimo de um cara como o Hélio ajudou muito. Sem falar no que aprendi com ele sobre palco, comunicação com fãs", elogia.

    "A gente vive uma das melhores cenas", comemora o trio, que dividirá palco no Lollapalooza com Dingo Bells, Dônica, The Baggios, e com os chamarizes do festival Noel Gallagher e Florence + The Machine.

    LOLLAPALOOZA
    DATA: 12 e 13 de março de 2016
    INGRESSOS: de R$ 210 a R$ 900, no site lollapaloozabr
    LOCAL: Autódromo de Interlagos, São Paulo

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