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    CRÍTICA

    Franquia se encerra com poesia em meio à rudeza hollywoodiana

    SÉRGIO ALPENDRE
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    18/11/2015 02h18

    Francis Lawrence assumiu a franquia "Jogos Vorazes" no segundo longa, "Em Chamas", levando-a para um novo patamar. As qualidades do enredo, que no primeiro filme são prejudicadas pela direção irregular de Gary Ross, passam a ser sublimadas pela melhor capacidade visual de Lawrence, fazendo com que "Em Chamas" seja o melhor de toda a série.

    Claro que, se tratando de um blockbuster, as concessões atrapalham. Mas, por uma conjunção de fatores, tudo funcionou bem, tanto no segundo longa como no seguinte.

    Estamos agora no quarto filme. Ou segunda parte do terceiro longa? "Jogos Vorazes: A Esperança - O Final" é o esperado desfecho para a saga literária criada por Suzanne Collins e adaptada por Hollywood.

    Retomando: Snow (Donald Sutherland, sublime) comanda a fictícia nação de Panem com punhos de ferro. Para manter a população sob controle, ordena que pessoas de cada distrito disputem jogos anuais em que só uma sobreviverá.

    Esses distritos começam a se rebelar contra Snow, encontrando em Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) uma espécie de símbolo da esperança. Assim, a partir de "A Esperança - Parte 1", não temos jogos, mas estratégias de combate.

    Muito dos eventos da segunda parte se podia antever na primeira. Por exemplo, aquela célula rebelde parecia coisa do partido nazista. É aí que as coisas se confundem: quem é mais vilão, afinal? A busca pelo poder transforma pessoas em monstros. Katniss não quer o poder. Seu sonho é ter uma vida anônima, familiar, eis o que a torna tão carismática.

    Philip Seymour Hoffman (1967-2014), compreensivelmente, tem menos espaço aqui. Em compensação, brilha Julianne Moore como a presidente dos rebeldes.

    Há pelo menos um momento de graça: preocupada com os rumos do conflito e a mudança de Peeta (Josh Hutcherson), Katniss aceita espairecer dançando com sua irmã. Tudo ao redor desaparece e as duas estão sozinhas no mundo.

    São momentos assim, de poesia inusitada no cinema brucutu de Hollywood, que justificam os elogios ao trabalho de Francis Lawrence.

    JOGOS VORAZES: A ESPERANÇA – O FINAL (The Hunger Games: Mockingjay – Part 2)
    DIREÇÃO Francis Lawrence
    ELENCO Jennifer Lawrence, Donald Sutherland, Julianne Moore
    PRODUÇÃO EUA, 2015, 14 anos
    QUANDO em cartaz

    Edição impressa

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