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    Com verba reduzida, festival de teatro Satyrianas investe em peças de rua

    GUSTAVO FIORATTI
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    20/11/2015 02h25

    Mais pobre e mais pop. O festival Satyrianas ocupa até domingo (22) a praça Roosevelt, no centro de São Paulo, e seus arredores pela 16ª vez –agora com orçamento menor.

    A programação em espaços fechados foi afetada, dizem os curadores. Eles afirmam que dispuseram de menos recursos para reservar horários em salas da região, mas que o fôlego da festa será mantido nas apresentações de rua.

    Ainda segundo a organização, o festival conta com R$ 50 mil da prefeitura, mesmo valor do ano passado. A redução de caixa, dizem, foi causada pelo corte integral dos R$ 90 mil que eram destinados pelo Estado, valor de 2014.

    "Trezentos espetáculos ficaram de fora; mas a programação de rua aumentou; há muita intervenção e performance. Vai ser uma Satyrianas da praça mesmo", diz Rodolfo García Vázquez, organizador da festa e diretor da companhia Os Satyros.

    Divulgação
    Peça 'Sofia', do festival Satyrianas ORG XMIT: avb7aRqidsfrndzeJ6DW ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
    Cleilson Queiroz como uma travesti nordestina em "Sofia - 35"

    Como a adesão de artistas é espontânea e sem cachê (ganha-se basicamente com a bilheteria), o número de atrações não sofreu corte tão significativo. Foram divulgadas para esta edição cerca de 500 atrações nos quatro dias de festival, contra as 600 que fecharam a grade de 2014.

    Além de leituras e de espetáculos teatrais, entram no balaio batalhas de MCs, sessões de samba com a escola Vai-Vai e gastronomia.

    Na programação ao ar livre, um destaque é "Arranha Céu", da Cia. Base, com bailarinos suspensos por cordas. O espetáculo será apresentado nesta sexta (20), e no sábado (21), às 17h30, em frente a SP Escola de Teatro.

    Alguns módulos do evento expandiram até, segundo a organização, e este é o caso do conjunto de peças que vêm de fora do Estado de São Paulo. Pelo perfil "vale tudo", o Satyrianas acabou se tornando similar ao Fringe, mostra paralela do Festival de Curitiba, espécie de vitrine para quem quer ficar mais conhecido.

    Minas Gerais, nesta edição, tem três representações em destaque, entre elas "Leve Cicatriz", peça cuja sinopse tem traços feministas. A obra de Léo Kildare Louback tem sessão marcada para sábado (21), às 17h, nos Parlapatões.

    Do Rio vem "Sofia "" 35", direção do piauiense Weslley Fontenele com texto e interpretação de Cleilson Queiroz, sobre uma travesti nordestina, humilhada em ruas, hospitais e igrejas, apesar do Oscar que mantém na estante.

    De São Paulo, é bom ficar ligado no espetáculo "Monólogos de um Reacionário", texto de Marcio Aquiles e direção de Maurício Paroni de Castro, com atuação de Luisa Renaux e Marcelo Coelho, colunista da Folha. Sessão no domingo (22), às 16h30.

    Além do orçamento menor, os Satyrianas têm este ano mais uma restrição. Por pressão dos moradores da região, a programação ao ar livre terá de ser interrompida às 22h. No ano passado o limite era 23h, diz Rodolfo.

    SATYRIANAS
    QUANDO ininterruptamente, até as 23h59 de dom. (22)
    ONDE diversos locais; programação em satyrianas.com.br
    QUANTO (pague quanto puder)

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