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    Festival Novas Frequências leva 'engenhocas' sonoras ao Rio

    ANGELA BOLDRINI
    DE SÃO PAULO

    30/11/2015 02h06

    Música feita com máquinas que "tocam" tesouras, pentes e outros objetos do cotidiano. É com essas e outras maneiras inusitadas de produzir sons que os artistas que farão parte do festival Novas Frequências chegarão ao Rio a partir de terça-feira (1º).

    Em sua quinta edição, o evento, o maior dedicado à música experimental na América Latina, acontece em sete pontos da cidade –como o Sesc Ginástico, no Cais da Imperatriz, e o teatro Maison de France, no Centro.

    Divulgação
    Artista francês Pierre Bastien, que faz música a partir de instrumentos que ele mesmo cria
    Artista francês Pierre Bastien, que faz música a partir de instrumentos que ele mesmo cria

    A diversidade se estende à seleção das atrações. "Em vez de trazer os mesmos artistas, pegamos o principal de cada uma das edições anteriores para trabalhar de novo", explica o curador, Chico Dub.

    Assim, ele e a produtora Tathi Lopes montaram uma programação com 42 artistas de 12 países, que se apresentam até 8 de dezembro.

    O que não muda desde o primeiro ano do festival, em 2011, é a essência do Novas Frequências, segundo o curador: a busca por "arte sonora" na música experimental, com seus novos jeitos de produzir sons.

    Essa recapitulação, segundo Chico Dub, aponta possíveis mudanças para 2016. "É uma forma de fechar um ciclo, para olhar o futuro e pensar como vamos comemorar o aniversário de dez anos."

    Entre os destaques de 2015 estão os italianos do Quiet Ensemble, com a performance "The Enlightenment", em que usam recursos luminosos para produzir música.

    Além deles, o festival escala duas bandas do inglês Kevin Martin: The Bug e King Midas Sound. E brasileiros, como a cantora Juçara Marçal e o compositor Cadu Tenório, que mistura eletrônico a música afro-brasileira.

    Outra das principais atrações é o francês Pierre Bastien, conhecido pelas engenhocas que constrói para tocar, em seu lugar, instrumentos tradicionais, como a flauta chinesa e o bendir, espécie de tamborim marroquino.

    Ele tocará no Novas Frequências nos dias 7 e 8, no Maison de France. Será sua segunda passagem pelo Brasil, onde apresentará sua obra "Silence Motors", acompanhado por 80 instrumentos.

    Bastien conta à Folha que começou tocando guitarra. "Mas nunca fui muito bom", ri. Depois, aprendeu a tocar outras coisas –tem uma coleção de mais de 300 instrumentos– e, por fim, fazer máquinas para tocarem para ele.

    "Elas são muito simples, na verdade", explica ele, que rejeita o rótulo de "experimental". "O que é música experimental para você? Para mim, eu faço música, só isso."

    FESTIVAL NOVAS FREQUÊNCIAS
    QUANDO de ter. (1º/12) a 8/12
    ONDE Rio de Janeiro, em sete endereços; consulte a programação em www.novasfrequencias.com
    QUANTO grátis ou até R$ 20
    CLASSIFICAÇÃO livre

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