Quando tinha 15 nos, o ator mexicano Alfonso Herrera fugia da escola para ver "Matrix". Hoje, confessa que ainda fica "desnorteado" quando se dá conta de que trabalha para os diretores da trilogia protagonizada por Keanu Reeves —ele é o Hernando de "Sense8", série dos irmão Wachowskis para a Netflix.

Em entrevista durante o festival de cultura pop Comic-Con Experience, Herrera falou sobre a diversidade de histórias e tipos contemplados por "Sense8", ambientada em oito diferentes locações ao redor do mundo para retratar dramas protagonizados por oito personagens diferentes.

Na série, Hernando é o namorado do galã mexicano Lito (Miguel Ángel Silvestre), famoso ator de novelas. Há um conflito sobre a dificuldade de aceitação e o medo de rejeição do público.

"O México é uma sociedade machista, assim como a América Latina. Acho que essa história tinha de ser contada, porque é a diversidade que nos torna interessante e, ao mesmo tempo, nos distingue. É o que estamos tentando ressaltar em 'Sense8', no fim das contas", comenta Herrera.

	Henrique Manreza/Divulgação
	O ator Alfonso Herrera durante coletiva das séries "Jessica Jones" e "Sense8" na Comic Con Experience, em São Paulo

Curioso é que ele mesmo seja um galã de proporções continentais: viveu o Miguel da novela mexicana "Rebelde", exibida no Brasil pelo SBT em 2005. Hernandes também rodou a região em turnê com a banda RBD, derivada do folhetim.

O boato sobre um possível retorno da banda em uma turnê de reunião espalhou-se pela internet nas últimas semanas. Hernandes nega: é taxativo ao dizer que tocar com o RBD de novo é algo "impossível".

"Veja, desafortunadamente, ou afortunadamente, cada um de nós está fazendo seu trabalho, focado em diferentes projetos. Voltar agora é algo bem complicado", conta o ator, envolvido hoje com uma série da Sony no México e em um filme para o cinema espanhol, além da segunda temporada de "Sense8".

Sobre a inserção da Netflix no continente da telenovela —o serviço de streaming já produziu "Club de Cuervos", no México, "Narcos", na Colômbia, e prepara a brasileira "3%" para 2016—, Herrera diz perceber uma melhora nos conteúdos para a TV. "Está diversificando as opções, o que é muito importante. E saudável, bom para todos que assistimos a esses conteúdos. Está elevando [o nível] das histórias. Saímos todos beneficiados."