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    Confira cinco filmes que falam sobre crise e política no Brasil

    ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER
    DE SÃO PAULO

    10/12/2015 16h54

    "Até que a Sorte nos Separe 3", novo capítulo da franquia sobre um homem com vocação para ganhar boladas e perdê-las em seguida, traz cenas explícitas de vida real.

    Leandro Hassum, que faz o protagonista Tino, diz que até brincou com Paulo Cursino, roteirista do longa que entra em cartaz no último dia de 2015: "Vem cá, bicho, vou te chamar de Nostradamus".

    O filme parece mesmo caso de adivinho, antecipando o momento de crise pelo qual o país passa.

    O comediante volta a encarnar Tino, que, após torrar a herança da família em Las Vegas, é atropelado pelo filho do homem mais rico do Brasil.

    Gabriel Borges/Divulgação
    Leandro Hassum e Jerry Lewis em cena de "Até Que a Sorte nos Separe 2", maior lançamento nacional, de Roberto Santucci CRÉDITO Gabriel Borges/Divulgação ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
    Leandro Hassum e Jerry Lewis em cena de "Até Que a Sorte nos Separe 2"

    Fica em coma por sete meses e, ao acordar, descobre que sua filha se apaixonou pelo garoto. Acaba convidado para trabalhar na empresa do pai dele.

    O negócio vai à falência, e Tino vira o homem que quebrou o Brasil.

    No filme, ele fala com uma presidente mulher e, enrolado, chama-se de "presidanta" e "sapa" (queria dizer sapiens), em alusão ao discurso em que Dilma Rousseff se referiu à "mulher sapiens". Também faz uma piada com mandioca –remetendo à já clássica saudação ao tubérculo feita pela petista.

    O bilionário pai do noivo é outra referência óbvia: Eike Batista. Sua mulher, inclusive, usa uma gargantilha com seu nome, como Luma de Oliveira fazia quando era casada com Eike. E vale lembrar que Thor Batista, filho do casal, atropelou e matou um ciclista em 2012 (acabou absolvido de homicídio culposo).

    *

    Veja abaixo mais 4 filmes que falam de crise e política no Brasil.

    TERRA EM TRANSE (1967)

    Premiado em Cannes e censurado no Brasil, o filme de Glauber Rocha fala sobre a busca despudorada pelo poder. Paulo Autran vive o senador direitista Porfírio Diaz, que quer virar imperador na fictícia República de Eldorado –para espanto do jornalista Paulo Martins (Jardel Filho), que rompe com o antigo aliado.

    Cena de "Terra em Transe"

    O CANDIDATO HONESTO (2014)

    Nesta comédia, Leandro Hassum –ele de novo– interpreta um corrupto que se candidata à Presidência. Sua avó, contudo, lhe roga uma praga: ele não será mais capaz de mentir –isso no auge da disputa eleitoral. O filme se inspira no americano "O Mentiroso", em que Jim Carrey, um exímio contador de lorotas, recebe uma maldição: só conseguirá falar verdades a partir dali.

    Trailer de "O Candidato Honesto"

    OS HERDEIROS (1970)

    Dirigido por Cacá Diegues, o longa é uma parábola da história política brasileira, mostrando como uma família brasileira apegada ao poder se relaciona com os governantes nacionais, dos anos 1930 (com a ditadura de Getúlio Vargas) aos 1960 (década do golpe militar). O jornalista Jorge Ramos (Sérgio Cardoso) se casa por interesse com a filha de um fazendeiro e acaba virando um poderoso político. Seu filho, contudo, o trai e se alia aos militares.

    ENTREATOS (2004)

    O documentário de João Moreira Salles acompanha Lula por um mês em 2002, ano em que disputou e venceu sua primeira eleição presidencial. Em 2005, o diretor disse à Folha que nas filmagens percebeu que faltava um "projeto de país" ao novo governo.

    "Fica muito claro no filme que a vitória do Lula não foi a vitória de um projeto de país, foi a vitória de um homem com um inegável carisma, com uma trajetória extraordinária num país tão desigual como o Brasil. Portanto, você consegue encontrar indícios da falta de projeto, que é um dos problemas desse governo."

    Cena de "Entreatos"

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