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    Número de shows internacionais no Brasil estanca em 2015

    THALES DE MENEZES
    DE SÃO PAULO

    23/12/2015 04h55

    A crise econômica não chegou a derrubar em 2015 a movimentação de artistas estrangeiros no Brasil, mas brecou um crescimento fantástico que se registrou entre 2010 e 2014. O país continua um destino bom no cenário da música mundial e está mudando o perfil das atrações.

    Primeiro, os números. Em 2010, segundo levantamento da Folha, 149 cantores, instrumentistas ou grupos musicais estrangeiros se apresentaram no Brasil. No ano passado, o número quase triplicou: 419. E a quantidade de shows desses músicos no país quadruplicou: foram 234 em 2010 contra 1.057 em 2014.

    Em 2015, a curva ascendente se estabilizou. Foram 399 artistas ou grupos estrangeiros (quase 5% a menos do que no ano anterior), com 1.116 show realizados (crescimento superior a 5%).

    Editoria de Arte/Folhapress

    Em segundo lugar, é notável que o perfil das atrações traz mudanças. Os eventos de música eletrônica cresceram e pelo menos dois deles têm papel determinante nesse balanço: os festivais Tomorrowland, em maio, em Itu (SP), com 30 atrações no palco principal (entre 159 no total), e Electric Daisy Carnival, em dezembro, no autódromo de Interlagos, que reuniu 64 DJs.

    Depois de anos em que os artistas estrangeiros que atraíram mais público no Brasil foram nomes do rock e do pop, como Paul McCartney, U2, Beyoncé e Black Sabbath, quem se apresentou para mais brasileiros em 2015 foi, pela primeira vez, um "eletrônico".

    David Guetta tocou para 60 mil pessoas na última noite do Tomorrowland. Somando esse número à turnê que o DJ francês cumpriu em 12 cidades brasileiras, ele alcançou 238 mil ingressos vendidos.

    Foi seguido por duas bandas americanas de rock que excursionaram por estádios : o Pearl Jam, com 217 mil espectadores, e o Foo Fighters, que reuniu 147 mil pessoas.

    Segmento que há tempos registra grandes festivais com artistas nacionais, com até 70 mil pessoas numa noite, o sertanejo lançou em 2015 um evento internacional, o Brahma Valley, no Jockey Club de São Paulo, em novembro.

    Apesar de chuva forte, 50 mil pessoas compareceram diante de atrações nacionais e ídolos da country music americana, como Colbie Caillat, Philip Philips e Ben Miller Band. E, num flerte com o eletrônico, trouxe também o DJ francês Bob Sinclar.

    O maior acontecimento musical do ano, em número, foi a edição de 30 anos do Rock in Rio. Reuniu 595 mil pessoas em sete dias. O inegável sucesso financeiro não impediu críticas à programação do festival, com repetição de artistas presentes em outras edições e escalação de nomes em fase decadente.

    Em novo embate contra a crise, o ano que vem promete boa movimentação, com Tomorrowland, um Lollapalooza de boas atrações e turnês em estádios de Rolling Stones, Maroon 5 e Coldplay.

    LEVANTAMENTO

    A reportagem da Folha realiza desde 2010 um levantamento de shows internacionais no país a cada semana.

    São levadas em consideração apresentações de artistas populares, nos gêneros pop, rock, jazz, reggae, country, world music e som eletrônico.

    Uma distorção inevitável: o número de espectadores em festivais é atribuído individualmente a cada artista que se apresenta no dia, o que favorece atrações secundárias.

    O público é contabilizado com dados de ingressos disponíveis e taxas de ocupação divulgados pelos organizadores. Não estão incluídos shows fechados para convidados, sem cobrança de ingressos.

    O DJ francês David Guetta reuniu 238 mil pessoas em 13 apresentações no Brasil, incluindo 60 mil no festival Tomorrowland. A americana Katy Perry tem a maior média de público, com um total de 140 mil em três shows: 35 mil no Allianz Parque, em São Paulo, 85 mil no Rock in Rio e 20 mil na Pedreira Leminski, em Curitiba.

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