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    'Ligações Perigosas', da Globo, estreia com 'Conselho Tutelar', da Record

    GABRIELA SÁ PESSOA
    DE SÃO PAULO

    04/01/2016 02h40

    Caiuá Franco/TV Globo
    Alice Wegmann e Jesuíta Barbosa em 'Ligações Perigosas', da Globo
    Alice Wegmann e Jesuíta Barbosa em 'Ligações Perigosas', da Globo

    Duas minisséries estreiam na TV aberta nesta primeira segunda-feira do ano (4).

    Às 22h24, a Globo coloca no ar o primeiro dos dez episódios de "Ligações Perigosas", sua grande aposta na dramaturgia para o início de 2016. Seis minutos depois, às 22h30, a Record exibe a segunda temporada da elogiada "Conselho Tutelar", em cinco capítulos até sexta (8).

    Em comum, as produções têm o investimento tecnológico na qualidade da imagem (ambas foram captadas em 4K, que oferece resolução cinematográfica) e diretores experimentados no cinema -em "Ligações", Vinícius Coimbra, de "A Hora e A Vez de Augusto Matraga"; em "Conselho", Rudi Lagemann, de "Anjos do Sol".

    Mas as semelhanças param por aí: se "Ligações", com texto de Manuela Dias, aposta numa releitura do romance do francês Choderlos de Laclos para o Brasil dos anos 1920, "Conselho Tutelar", escrita por Mario Borges, conta histórias reais de abandono infantil e violência doméstica, inspiradas nos depoimentos do conselheiro carioca Heber Boscoli.

    Michel Angelo/Record
    Roberto Bomtempo (esq.) faz o conselheiro Sereno, protagonista da série da Record sobre maus-tratos infantis
    Roberto Bomtempo (esq.) faz o conselheiro Sereno, protagonista da série da Record sobre maus-tratos infantis

    Requintada, "Ligações" imerge no luxo da aristocracia brasileira em uma cidade litorânea. Na trama, Selton Mello e Patricia Pillar protagonizam um jogo de poder e sedução com a virginal Cecília (Alice Wegmann).

    A principal referência visual da série foi o espírito da belle époque captado nas fotos do francês Jacques Henri Lartigue, segundo Coimbra.

    "Lartigue representou como essa aristocracia se divertia, especificamente nessa época. E fotografava muito só balneários, me inspirou a levar para o litoral. Pesquisei o tipo de paisagens que ele registrava e achei na Patagônia [Argentina] lugares parecidos com as fotos dele", diz.

    Foi de Coimbra a ideia de adaptar o texto de Chordelos de Laclos para a televisão, após rever o longa de mesmo nome de Stephan Frears, lançado em 1988, enquanto fazia a novela "Lado a Lado" (2012). "Propus para a Manuela, ela leu e respondeu: 'Acho que dá'. E a gente encarou."

    O diretor conta não ter temido que um texto clássico de sedução, que mais sugere do que indica, pudesse ficar complexo demais para a televisão aberta.

    "A TV é uma forma de educar. A gente está levando um conteúdo rico, belo, de qualidade artística alta. De alguma forma, contribui para a educação [do público]", afirma.

    Educar a audiência não era algo que Rudi Lagemann conta que almejasse ao embarcar no projeto de "Conselho Tutelar". O agradecimento de conselheiros da vida real, dizendo que havia aumentado o número de denúncias sobre maus-tratos infantis, no entanto, foi uma consequência inevitável após a primeira temporada da minissérie ir ao ar, em dezembro de 2014.

    "Claro, tem um papel de relevância social que ultrapassa o entretenimento de diversão. Mas tento, como diretor, equilibrar isso o tempo todo, não quero fazer somente a denúncia, Denúncia a gente faz na política, na sociedade."

    Lagemann conta que, a princípio temia que histórias fortes -como a de uma garota que tem as mãos queimadas pelos pais ou um menino de dez anos relegado pelos pais e que tenta se suicidar- recaíssem no dramalhão.

    Como escape, investiu em cenas de ação (com conselheiros que encarnam heróis investigadores, algo fora da rotina no mundo real) e nos dramas pessoais do protagonista, Sereno (Roberto Bomtempo).

    NA TV
    Ligações Perigosas
    QUANDO às 22h25, na Globo
    Conselho Tutelar
    QUANDO às 22h30, na Record

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