• Ilustrada

    Monday, 29-Apr-2024 04:17:56 -03

    Documento revela indicação de Alceu Amoroso Lima ao prêmio Nobel de 65

    RODOLFO VIANA
    DE SÃO PAULO

    09/01/2016 02h35 - Atualizado às 06h26
    Erramos: esse conteúdo foi alterado

    Folhapress
    ORG XMIT: 320501_0.tif 1965Alceu de Amoroso Lima, ensaísta, crítico literário, pensador católico dos mais influentes de sua geração e membro das Academias Brasileiras de Letras e Filosofia. Pseudônimo: Tristão de Athayde. (Rio de Janeiro (RJ), 00.00.1965, foto: Folhapress)
    O ensaísta, crítico literário e pensador católico Alceu Amoroso Lima em 1965

    Em 1º de janeiro de 1965, um artigo de Tristão de Athayde na capa da Folha apontava para a polarização entre esquerda e direita em um país que acabara de ser alvo de um golpe militar.

    Vinculado à Igreja Católica, o acadêmico temia pela liberdade e desejava que aquele momento de incerteza chegasse ao fim para que a nação entrasse nos trilhos.

    "Se estiver vivo até dezembro, e livre de escrever como hoje graças a Deus ainda o faço, que direi desses anseios de uma nova aurora, no crepúsculo de uma velha vida?", escreveu.

    Mas o ano de 1965 reservava outra coisa para o escritor e crítico literário Alceu Amoroso Lima (1893-1983), o homem por trás do pseudônimo Tristão de Athayde. De acordo com um documento recém-aberto pela Academia Sueca, instituição responsável pela condução da eleição anual do Nobel de Literatura, o escritor carioca foi um dos nomes indicados ao prêmio máximo das letras.

    Sugerido pela Academia Mineira de Literatura, Lima estava entre os 90 autores na lista daquele ano, junto a figuras de renome —entre eles, o dramaturgo irlandês Samuel Beckett, o poeta chileno Pablo Neruda, o romancista russo Vladimir Nabokov, o poeta norte-americano Ezra Pound e o escritor argentino Jorge Luis Borges. Nenhum deles, contudo, recebeu o galardão naquele ano: o escolhido foi o romancista russo Mikhail Sholokhov.

    A lista de nomeados foi divulgada no começo de 2016 porque a Academia Sueca mantém sigilo da relação de indicados por 50 anos. Nos 58 prêmios entregues no período de 1901 e 1965 —considerando sete anos sem ganhadores—, a entidade recebeu 2.973 indicações de todo o mundo, e apenas quatro brasileiros estão nesta relação: além de Amoroso Lima, foram nomeados Coelho Neto (1933), Flávio de Carvalho (1939) e Manoel Wanderley (1941).

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024