Em pouco mais de cem dias de exibição,a mostra "Frida Kahlo - Conexões entre Mulheres Surrealistas no México" encerrou sua temporada no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, com público estimado em 600 mil pessoas, segundo a organização.

Os vestidos e obras originais da pintora surrealista mexicana atraíram um público recorde ao Tomie Ohtake.

Até então, a exposição mais vista no instituto, com 536 mil pessoas, havia sido a retrospectiva de Salvador Dalí, que ocupou o local por um mês a menos -de outubro de 2014 a janeiro de 2015.

Em terceiro lugar em público está a "Obsessão Infinita", da japonesa Yayoi Kusama, que em dois meses atraiu 522 mil visitantes em 2014.

A exposição, que terminou no domingo (10), estreou em São Paulo em 27 de setembro do ano passado. Agora, segue para a Caixa Cultural, no Rio, a partir de 25 de janeiro.

Os visitantes ouvidos pela Folha elogiaram a organização das filas e da venda de ingressos, que eram distribuídos em lotes para sessões a cada duas horas -também era possível comprá-los antecipadamente pela internet.

A chuva não espantou o público no domingo: na bilheteria do Tomie Ohtake, as entradas para quem quisesse comprar na hora acabaram ontem por volta das 15h (levava-se, em média, uma hora até o caixa). Uma vez com o ingresso na mão, a fila durava outros 30 minutos.

	Eduardo Anizelli/Folhapress
	Visitantes observam exposição de Frida Kahlo

DE FRIDA A PICASSO

Considerada pela crítica uma das melhores mostras de artes plásticas de 2015, a retrospectiva de Frida Kahlo exibiu 20 pinturas das 143 que a mexicana realizou em vida, 13 trabalhos em papel, além de cerca de 40 pinturas de artistas surrealistas mexicanas com quem Frida conviveu. O público também pode ver o acervo de vestidos que pertenceram à pintora.

O professor de física Tiago Nadim, 29, veio de São Carlos (a 232 km da capital) para visitar a exposição, no domingo. Para ele, a oportunidade de conhecer os trabalhos de outras artistas latino-americanas foi tão interessante quanto conhecer de perto as telas de Frida Kahlo.

"Sempre que se fala de mulheres na pintura, no contexto da América Latina,a gente pensa em Frida, e tem outras aqui [na exposição"]", comentou. "É muito bom ver que ela não apenas revolucionou o campo dela, mas abriu espaço para outras pessoas."

A próxima grande exposição de artes visuais que o Tomie Ohtake recebe neste ano é uma retrospectiva com cerca de cem obras originais de Pablo Picasso -o Museu Picasso de Paris irá ceder 40 pinturas do artista espanhol. Estreia em maio.

	Eduardo Anizelli/Folhapress
	Fila para ver a exposição de Frida Kahlo