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    Oscar 2016

    ANÁLISE

    Indicados ao Oscar 2016 foram feitos para serem vistos no cinema

    RODRIGO SALEM
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM LOS ANGELES

    14/01/2016 13h05 - Atualizado às 10h32
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    A Academia mandou um recado com o anúncio dos indicados ao Oscar 2016 : vão ao cinema. "O Regresso" e "Mad Max: Estrada da Fúria", os dois filmes com o maior número de indicações, não foram feitos para serem vistos em uma televisão ou iPad, mas são obras que exigiram trabalho duro dos seus diretores e entregaram resultados grandiosos, melhor aproveitados na maior tela possível.

    "O Regresso", de Alejandro González Iñárritu, lidera a manada com 12 indicações. O diretor mexicano é o atual detentor da estatueta de melhor filme e direção por "Birdman". E sai na frente para tentar o bicampeonato, principalmente por ter encantado o mundo com suas histórias de filmagens em temperaturas negativas no Canadá, uso de luz natural e as conhecidas peripécias técnicas.

    Como principal adversário, Iñárritu terá o veterano George Miller, que também tem histórias parecidas para contar do seu "Mad Max: Estrada da Fúria", indicado a 10 categorias. O quarto longa da série pós-apocalíptica levou mais de 10 anos para ganhar vida, enfrentou mudanças climáticas na Austrália, tempestades no deserto da Namíbia e a decisão do cineasta australiano de construir um épico sobre rodas com poucos efeitos especiais.

    O anúncio serviu, pelo menos, para gerar uma disputa entre dois títulos, já que a temporada de premiações é uma das mais diluídas de todos os tempos. Tanto que apenas oito longas entraram na lista de melhor filme: "A Grande Aposta", "Ponte dos Espiões", "Brooklyn", "Mad Max: Estrada da Fúria", "O Regresso", "O Quarto de Jack", "Spotlight" e "Perdido em Marte".

    O último, talvez, tenha sido a maior surpresa. Não por ter entrado na lista dos melhores do ano, mas pela ausência de Ridley Scott como melhor diretor: Adam McKay, de "A Grande Aposta", tomou seu lugar e se juntou à Iñárritu, Miller, Lenny Abrahasom ("O Quarto de Jack") e Tom McCarthy ("Spotlight"), sempre na lista dos prováveis indicados.

    Ninguém pode reclamar neste ano da falta de surpresas. Mesmo que, para alguns, seja de forma negativa. "Carol", por exemplo, um dos principais filmes na votação dos críticos norte-americanos, foi esquecido em diversas categorias principais, como melhor filme e direção, apesar de ter o roteiro adaptado e as atrizes (Cate Blanchett e Rooney Mara) lembradas pela Academia.

    Para o Brasil, a surpresa foi feliz. O desenho animado "O Menino e o Mundo", de Alê Abreu, ocupou uma vaga inédita para o país na categoria de melhor animação. O brasileiro já havia conquistado o Festival de Annecy, considerado o mais importante do gênero, e agora vai disputar a estatueta do Oscar contra "Anomalisa", "Shaun: O Carneiro", "Quando estou com Marnie" e, claro, "Divertida Mente", disparado o grande favorito na corrida.

    Sylvester Stallone volta à disputa do Oscar, quase 40 anos depois de "Rocky". Ironicamente, pelo mesmo papel do boxeador. O astro tentará uma vitória como ator coadjuvante por "Creed: Nascido Para Lutar", de Ryan Coogler.

    A Academia mais uma vez mostrou pouca diversidade nas suas escolhas. Nenhum ator negro foi indicado novamente e "Straight Outta Compton", a biografia do grupo de rap NWA, que muitos acreditavam ter chances entre os melhores filmes, só foi lembrada em melhor roteiro original.

    Já Steven Spielberg mostra a força da tradição entre os membros da Academia. Levou seis indicações –inclusive filme, roteiro original (de Matt Charman e os irmãos Coen) e ator coadjuvante (Mark Rylance)– por "Ponte dos Espiões", estrelado por Tom Hanks.

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