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    Oscar 2016

    ANÁLISE

    Maior prêmio do Oscar à animação brasileira é apresentá-la ao país

    SÉRGIO RIZZO
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    14/01/2016 13h24

    Se você descobriu agora, com a indicação ao Oscar de melhor longa-metragem de animação, que "O Menino e o Mundo" existe, eis aí o maior serviço que a Academia prestou ao filme: revelar, a uma parcela considerável do público brasileiro, que, se há um filme brasileiro a se conhecer nos últimos anos, é esse, em primeiríssimo lugar.

    Não era preciso que o Oscar fizesse esse favor. O filme de Alê Abreu já havia se tornado um dos longas brasileiros com o maior número de prêmios internacionais em toda a história, a começar pelo de melhor filme em 2014 no Festival de Annecy (França), o mais importante no segmento de animação.

    Aliás, você sabia que o Brasil ganhou esse prêmio, respeitado em todo o mundo, por dois anos consecutivos? Pois é: antes de "O Menino e o Mundo", foi com "Uma História de Amor e Fúria", de Luiz Bolognesi, em 2013.

    Obrigado, Oscar, em nome de todos os animadores brasileiros, de hoje e de ontem. A indicação para "O Menino e o Mundo", tenho certeza de que Alê Abreu concorda, é para todos eles, desconhecidos e desvalorizados em seu próprio país.

    Existem chances de levar o prêmio da Academia? Escassas. A competição será contra gente grande, superproduções americanas de grande bilheteria, como "Divertida Mente". O Juventus da Mooca pode ganhar do Barcelona? Pode, claro. Mas é difícil. O mesmo vale para "O Menino e o Mundo".

    Por falar em Juventus da Mooca, esse bravo representante do futebol romântico no mundo do "futebol moderno" em que os cifrões governam: as diversas técnicas utilizadas pela equipe de Alê Abreu nessa produção artesanal (no melhor sentido do termo) equivalem a um tributo às origens da animação e à ideia de que ela está ao alcance de gente talentosa, mesmo que essa gente não tenha milhões de dólares e equipamentos de última geração à disposição.

    Salve o Juventus, salve "O Menino e o Mundo". Ainda não foi à rua Javari para ver um jogo do time grená e ainda não viu o filme de Alê Abreu? E vive?

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