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    Diretor Jacques Rivette, grande nome da nouvelle vague, morre em Paris

    DE SÃO PAULO

    29/01/2016 11h09

    O diretor francês Jacques Rivette, uma das principais figuras do movimento nouvelle vague, morreu nesta sexta-feira (29) em Paris, aos 87 anos, anunciou sua biógrafa, Hélène Frappat.

    A causa da morte não foi divulgada. De acordo com a imprensa francesa, ele sofria de Mal de Alzheimer.

    Nascido na cidade de Rouen em 1928, o cineasta iniciou a carreira como crítico, assim como os futuros pilares da nouvelle vague francesa, François Truffaut, Jean-Luc Godard e Eric Rohmer.

    Ao lado dos contemporâneos, trabalhou na importante revista "Cahiers du Cinéma", fundada em 1951 por André Bazin, Jacques Doniol-Valcroze e Joseph-Marie Lo Duca.

    Estreou na direção com curtas-metragens: fez "Aux quatre coins" em 1949 e, em 1950, "Le Quadrille", que tem Godard como protagonista.

    Rivette dirigiu 20 filmes, entre eles "Paris nos Pertence" (1958), "L'amour fou" (1969) e "A Bela Intrigante" (1991). Seu último trabalho foi "36 vues du Pic Saint Loup", de 2009, sobre um homem que se encanta com a vida no circo.

    Considerado um dos mais importantes movimentos cinematográficos da história, a nouvelle vague nasceu na década de 1950, como uma iniciativa de jovens cinéfilos para recuperar o conceito de cinema de autor, que vigorou na França até o início da década de 1930.

    O grupo ganhou força ao inserir-se no cenário de contestação dos anos 1960. Os filmes costumavam retratar o amor e fragmentos específicos da vida dos indivíduos, com uma estética que transgredia as regras do cinema comercial.

    Em comunicado, o presidente francês, François Hollande, lamentou a perda de "um dos maiores cineastas", que "por trabalhar fora dos padrões, ganhou reconhecimento internacional".

    *

    TSUNAMI Filmografia de Rivette

    "Le Coup du Berger" (1956)
    O curta é tido como peça-chave da nouvelle vague

    "Paris nos Pertence" (1961)
    Primeiro longa do cineasta, levou três nos para ser lançado

    "A Religiosa" (1966)
    Obra escandalosa, sobre uma freira (Anna Karina) forçada ao sacerdócio

    "Out 1" (1971)
    Longa experimental dividido em dois: "Noli me Tangere" e "Spectre"

    "La Bande des Quatre" (1989)
    Considerado uma síntese do trabalho de Rivette, segue quatro mulheres em um curso de arte dramática

    "A Bela Intrigante" (1991)
    Emmanuelle Béart vive a musa de um pintor em crise (papel de Michel Picoli)

    "36 Vues du Pic Saint Loup" (2009)
    Derradeiro longa, é uma espécie de despedida do diretor

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