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Leonardo DiCaprio coleciona mais "memes" na internet zombando de sua fama de azarão do que indicações ao Oscar: sem nunca ter levado uma estatueta, ele concorre pela quinta vez como ator por seu papel em "O Regresso", que estreia nesta quinta (4).

Mas não dá para dizer que é o maior azarão de Hollywood. Se os veteranos Peter O'Toole (1932-2013) e Richard Burton (1925-1984) tivessem vivido o auge de suas carreiras em época de redes sociais, seriam candidatos muito mais fortes ao "bullying" virtual.

Azarão de carteirinha, O'Toole atravessou o deserto em "Lawrence da Arábia" (1962) e cruzou o tapete vermelho inacreditáveis oito vezes como potencial vencedor; morreu na praia. Em 2003, 40 anos após a primeira indicação, finalmente levou um Oscar, só que honorário.

Já Burton tentou sete vezes, mas nem Oscar honorário ganhou. Em 1964, por sinal, ele competiu com O'Toole pelo prêmio de ator, ambos por "Becket, o Favorito do Rei". Nenhum dos dois, claro, saiu favorito da Academia: perderam para o inglês Rex Harrison, de "Minha Bela Dama".

Em "O Regresso", DiCaprio traz em seu favor uma performance fisicamente demandante como o sobrevivente Hugh Glass, algo que costuma comover os votantes do Oscar. O ator, que passa a maior parte do filme calado tentando vencer a natureza, tem alardeado que o papel foi o mais difícil de toda a sua carreira.

Vegetariano, teve de comer fígado cru ("quando se mastiga, aquilo queima na boca", disse); quase congelou na cena em que teve de entrar num rio com uma pesada capa de pele de urso nas costas. Até o muco que cospe numa das cenas era real, segundo disse.

Puro "pain porn", como definiu a jornalista escritora Carole Cadwalladr, no jornal inglês "The Guardian", algo como o "fetiche pela tortura".

Derrotas no Oscar - Artistas que, assim como DiCaprio, também foram esnobados pelo prêmio