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    análise

    Para sobreviver à crise, festivais de teatro reduzem suas programações

    NELSON DE SÁ
    DE SÃO PAULO

    05/02/2016 02h24

    Jogar tudo para o alto? Adiar? As perguntas rondam os principais festivais no Brasil, com perda ou redução de patrocínio e aumento de custos de mais de 40%, sobretudo para produções internacionais. Mas as respostas têm sido não, por enquanto.

    2016 começou pelo Recife com o 22º Janeiro de Grandes Espetáculos, de realização incerta até um mês antes, mas afinal garantido com recursos públicos de prefeitura, Estado e o federal BNDES.

    O maior festival do país, em Curitiba, perdeu neste ano o patrocínio do Banco Itaú, garantiu outros, mas ainda aguarda resposta sobre apoio público paranaense, para depois do Carnaval.

    Produções vêm sendo convidadas, suas mostras vão ganhando forma sob novos curadores, os paranaenses Marcio Abreu e Guilherme Weber, mas falta pouco mais de mês. A 25ª edição, que seria de festa, a maior, está prevista para começar no dia 22 de março.

    Thierry Zoccolan/AFP
    O diretor polonês Krzysztof Warlikowski em Clermont Ferrand (França)
    O diretor polonês Krzysztof Warlikowski, que encenará a peça '(A)polônia', em Clermont Ferrand

    Também a Mostra Internacional de Teatro de São Paulo, MITsp, previa edição especial para este ano, seu terceiro, já consolidada no calendário da cidade e do país pela qualidade de 2014 e 2015.

    Seriam 15 espetáculos internacionais, inclusive três da Santíssima Trindade dos diretores do teatro polonês contemporâneo, Krzysztof Warlikowski, Grzegorz Jarzyna e Krystian Lupa, dos quais ficou "(A)polônia", do primeiro.

    Na programação divulgada na segunda (1º), quase dois meses após a data prevista para o anúncio e faltando um mês para a abertura, no dia 4 de março, restaram oito peças internacionais, quase a metade.

    No meio do caminho, chegou a ser levantada a hipótese de cancelamento, com volta em 2017, mas a opção foi por uma MITsp de resistência, em versão menor, para não abrir mão do projeto.

    Todos com programação internacional, o impacto maior para Recife, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre está no câmbio, embora o patrocínio já viesse caindo nos últimos anos. A desvalorização do real frente ao dólar e ao euro afetou dos cachês aos preços de carga.

    O Porto Alegre em Cena, que está confirmado para o dia 8 de setembro, abriu inscrição para as produções interessadas em participar, mas a sua direção já decidiu encolher a programação, pelas perspectivas econômicas.

    O festival que reuniu num mesmo ano, 2011, peças do americano Bob Wilson, do inglês Peter Brook e da francesa Ariane Mnouchkine, prevê um 2016 de freio puxado.

    3ª MITSP
    QUANDO 4 a 13 de março
    ONDE vários locais (veja programação no site mitsp.org/2016
    QUANTO grátis a R$ 20

    25º FESTIVAL DE TEATRO DE CURITIBA
    QUANDO 22 de março a 3 de abril
    INFORMAÇÕES facebook.com/fest.curitiba

    23º PORTO ALEGRE EM CENA
    QUANDO 8 a 26 de setembro
    INFORMAÇÕES portoalegre emcena.com

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