Tobias Schwarz - 11.fev.2016/AFP | ||
Meryl Streep e o diretor do festival Dieter Kosslick na abertura do Festival de Berlim |
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Monday, 06-May-2024 00:07:36 -03Politização marca abertura do Festival de Berlim
GUILHERME GENESTRETI
ENVIADO ESPECIAL A BERLIM12/02/2016 13h14
Mostra conhecida por sua politização, o Festival de Cinema de Berlim começou já sob o calor da crise de refugiados na Europa e a polêmica em torno do Oscar, que neste ano não tem nenhum ator negro entre os seus indicados.
"Berlinenses, nós somos todos africanos, na prática", disse a atriz Meryl Streep, escolhida para presidir o júri desta edição da Berlinale. "Há um eixo de toda a humanidade que permeia todas as culturas e recua até a África."
"Deve sempre haver inclusão de minorias", continuou ela durante coletiva de imprensa, na quinta (11). "Pelo menos no quesito inclusão de mulheres, esse júri está à frente do seu tempo." Dos sete membros, quatro são do sexo feminino.
Em sua primeira vez como participante de júri de festival, a atriz disse que não faz "ideia de como conduzi-lo". "Mas já chefiei outros tipos de empreendimentos, como a minha família."
A politização não deixou passar incólume nem mesmo "Ave, César!", comédia dos irmãos Coen sobre os anos de ouro de Hollywood, que abriu a edição do evento, na quinta (11).
Durante a coletiva de imprensa que se seguiu à exibição do filme, os diretores e o elenco foram indagados a respeito da crise de refugiados que enfrenta a Europa —a Alemanha, em particular.
"É uma questão importante? É. Mas apontar o dedo para uma pessoa pública e dizer que ela deveria contar essa ou aquela história é um equívoco", respondeu o diretor Joel Coen a se faria um filme sobre o tema dos refugiados.
George Clooney, um dos protagonistas do filme, devolveu a pergunta à jornalista que o inquiriu: "E o que você faz pelos refugiados?".
Foi um raro momento irritado de um Clooney falastrão, que chegou à coletiva falando alto, tirou sarro do sotaque dos jornalistas estrangeiros e interrompeu as respostas dos colegas com piadas.
Em "Ave, César!", ele interpreta um astro hollywoodiano que simpatiza com comunistas em pleno macarthismo —tema que o ator já tratou em "Boa Noite e Boa Sorte" (2005), dirigido por ele.
"Se sou comunista? Me recuso a responder isso", brincou Clooney.
Scarlett Johansson em 'Ave, César!" Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br
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