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    Judd Apatow revê fases da paixão em seriado romântico com ritmo lento

    FERNANDA EZABELLA
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE LOS ANGELES (EUA)

    19/02/2016 02h54

    Os críticos de Judd Apatow, conhecido pelas comédias românticas independentes, costumam reclamar que seus filmes são longos demais, com histórias arrastadas e pouco imaginativas.

    Mas o diretor, produtor e roteirista americano não dá a mínima: seu novo projeto é "como um filme de cinco horas, com pausas para fazer xixi".

    O tema? Um casal que se apaixona. O título também não poderia ser mais simples: apenas "Love". O seriado estreia nesta sexta-feira (19) na Netflix, que irá produzir ao menos duas temporadas.

    "É sobre um casal interessante e todas as fases de seu relacionamento. É o equivalente a 'Ligeiramente Grávidos' para a TV, mais profundo", explica Apatow, cocriador e corroteirista de "Love", sobre o longa que dirigiu em 2007. "A diferença neste seriado é o ritmo, bastante lento."

    De fato, o casal principal só se conhece nos últimos segundos do primeiro episódio e passa o terceiro completamente separado. Sobre o primeiro beijo, bem, é melhor guardar a surpresa.

    Divulgação
     Paul Rust e Gillian Jacobs em 'Love
    Os atores Paul Rust e Gillian Jacobs em cena de 'Love', série do serviço de vídeo sob demanda Netflix

    Mickey é uma produtora de rádio de ética duvidosa, feita pela atriz Gillian Jacobs (a Britta da série "Community"). Gus, um professor que dá aulas para uma atriz mirim num set de filmagens, é vivido por Paul Rust, cocriador e corroteirista de "Love", ao lado da sua mulher na vida real, Lesley Arfin (roteirista de "Girls" e "Brooklyn Nine-Nine").

    Mickey e Gus se cruzam pela primeira vez quando ela não tem dinheiro para pagar um café num posto de gasolina, e ele aparece para salvá-la. Os dois passam o dia juntos em Los Angeles, ela como a rebelde independente, e ele como o tímido despreparado.

    "Quando você está saindo com alguém, se apresenta de uma certa maneira, meio que mente. Ao longo da série, eles vão se revelar o oposto do que projetam", diz Apatow, também produtor dos seriados "Girls" e "Freaks and Geeks".

    Apesar de não ser adepto do "binge watching" (quando se assiste a vários episódios de uma só vez) –ele vê um capítulo de "Breaking Bad" a cada três meses–, Apatow diz adorar o novo formato, em que toda a temporada fica disponível na estreia, já que não precisa se preocupar com grandes ganchos. "Assumimos que as pessoas vão assistir a vários episódios de uma vez. É como um filme cortado."

    A ideia da série veio de Rust e Arfin, que mostraram o projeto a Apatow quando trabalhavam juntos no filme "Pee-Wee's Big Holiday" (que será lançado neste ano). "Íamos casar e tínhamos muitas perguntas. O que significa estar numa relação depois que você casa? É possível odiar alguém e ainda o amar?", diz Arfin.

    Há cenas de sexo logo no começo, embora sem muita pele, como em "Girls". "É mais sobre as políticas emocionais do sexo. Se você odeia usar camisinha, você é uma pessoa má? Se você não goza, você tem problemas? Odiar alguém e transar com ela pode ser bom?", questiona. "Nada vai ser gratuito."

    LOVE
    Estreia da série
    QUANDO a partir de sex. (19), na Netflix

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