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    crítica filme na tv

    Assim como personagens, 'Festa' fica resignado com injustiças

    INÁCIO ARAUJO
    CRÍTICO DA FOLHA

    20/02/2016 02h02

    "Festa" (1989, 14 anos, Cultura, 24h) é talvez a última grande obra da era Embrafilme. Grande, embora modesta. E embora seja uma antifesta, na verdade.

    Ali, Ugo Giorgetti dispôs três profissionais para animar uma festa de mansão. Existe um jogador de bilhar (Adriano Stuart), um músico (Jorge Mautner) e um terceiro (Antônio Abujamra). Não importa o que fazem: importa que esperam ser chamados para exercer o seu papel. Um pouco como se espera Godot.

    Há, porém, outro aspecto no filme de Giorgetti: entre a festa e os profissionais existe uma divisão não só de andar, mas de classe. O filme não observa essa distância com revolta: como os artistas, parece resignado com as injustiças do mundo.

    Com o lugar subalterno destinado, afinal, aos artistas. A quem está em cena, claro, mas também aos cineastas. Logo depois, aliás, Collor os tiraria da festa.

    Greg Salibian/Folhapress
    SAO PAULO, SP, BRASIL - 19/08/2012 - Coluna Monica Bergamo: Estreia da peca "Arte", no teatro Renaissance. Na foto, o cineasta Ugo Giorgetti. Foto: Greg Salibian/Folhapress - ILUSTRADA
    O cineasta Ugo Giorgetti, autor de 'Festa', em estreia da peça 'Arte', em São Paulo, em 2012
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