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    Mercado de arte global cai 7% em 2015; queda é puxada pela China

    FABIO CYPRIANO
    ENVIADO ESPECIAL A MAASTRICHT

    09/03/2016 14h42

    O ciclo de crescimento do mercado de arte que, nos últimos dez anos alcançou um aumento considerável em 77%, teve no ano passado um momento de interrupção na euforia. O comércio de arte chegou a apenas US$ 63,8 bilhões em 2015, 7% a menos que 2014, quando o total bateu nos US$ 68,2 bilhões.

    Dessa vez, a culpada é a China que teve um decréscimo de 21% nas vendas no ano passado, decorrentes das dificuldades da economia do país mais populoso do planeta.

    Os Estados Unidos, com isso, se tornou o país com maior volume de vendas, alcançando US$ 27 bilhões, subindo 4% em relação a 2014. Em 2008, com sua economia em crise, contudo, foi os EUA quem puxou para baixo o mercado de arte, que teve na época um decréscimo de 36,3%, muito mais grave que os 7% de agora.

    O atual crescimento do mercado norte-americano, contudo, não conseguiu reverter a tendência negativa global, capitaneada pela China, é o que informa o relatório anual encomendado pela Tefaf (The European Fine Art Foundation), divulgado, nesta quarta (9), véspera da abertura da feira organizada pela instituição em Maastricht, na Holanda.

    Entre as grandes feiras internacionais, a Tefaf, organizada desde 1988, pode ser considerada a mais eclética, abarcando de objetos pré-colombianos à arte contemporânea, passando por joias e móveis com design.

    Há três anos, o relatório anual organizado pela consultora Clare McAndrew, da Arts Economics, tinha um capítulo especial sobre o Brasil e a China, considerados países com mercado de arte em expansão. Agora, a China se transforma no vilão da história enquanto o Brasil sequer é citado.

    Um dos dados recentes abordados por McAndrew trata da venda de arte pela internet, um segmento em expansão. Em 2015, a internet teve um crescimento de 7% em relação a 2014, alcançando U$ 4,7 bilhões.

    Seguindo a tendência dos últimos anos, o segmento arte pós-guerra e contemporânea, que seria aquele que vem a seguir da arte moderna, continua em ascensão. Ele representando 46% de todas as vendas em casas de leilão. É desse segmento a obra mais cara vendida em 2015, "Nurse", de Roy Lichtenstein, que alcançou US$ 95 milhões em um leilão da Christie's de Nova York. A venda, contudo, não ultrapassou o recorde de 2014, de uma escultura de Alberto Giacometti, "Chariot", por US$ 101 milhões ao empresário Steve Cohen.

    Apesar da queda nas vendas, o relatório aponta para a expansão do sistema de galerias e casas de leilão, que aumentaram o nível de emprego em 3%, no ano passado. Com isso, esse setor passou a empregar 2,5 milhões de pessoas em 297.270 empresas, uma segmento econômico com bastante força.

    O jornalista Fabio Cypriano viajou a convite da Tefaf

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