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    depoimento

    Naná Vasconcelos foi um dos caras mais humildes que já conheci

    CARLOS BOZZO JUNIOR
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    10/03/2016 02h04

    Em 1992, morei em Londres, onde, além de tocar na rua e em alguns bares, "atacava" de garçom no Royal Festival Hall.

    Em um dia de folga, fui assistir ao show "lotadaço" de Caetano Veloso, Circuladô. No intervalo, avistei, sozinho, quase escondido em um canto, Naná. Não resisti e fui até ele, o homem, o artista, um dos caras mais humildes que conheci. Ficamos amigos.

    De volta ao Brasil, passei a encontrar Naná com mais frequência em gravações, shows, festivais, festas e muitas carraspanas.

    Sim, sempre comemorávamos os nossos encontros assim, com muita alegria, humor e irreverência.

    Em 2013, fui a Recife fazer um perfil de Naná para a "Ilustríssima". Um dia, me vi ao lado do então governador Eduardo Campos (1965-2014), cercado de seguranças e avesso a entrevistas.

    Quando disse em voz alta que era da Folha e só queria declarações dele sobre Naná, o homem mandou baixar a guarda e se deixou ser entrevistado.

    Era Naná abrindo mais portas.

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