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    Diplo leva sua colagem sonora pela terceira vez ao Lollapalooza

    MARIA CLARA MOREIRA
    DE SÃO PAULO

    12/03/2016 13h55

    Diplo, 37, conheceu a música brasileira em 2004. Nada de Tom, Vinícius, Caetano ou Gil: apaixonou-se mesmo por Deize Tigrona, Mr. Catra e o funk da periferia.

    De lá para cá, o produtor americano, referência da música eletrônica, é figurinha fácil por estas bandas. Só no Lollapalooza, onde toca neste domingo (13) com Skrillex, na dupla batizada de Jack Ü, faz sua terceira apresentação em cinco edições do festival.

    "Já é minha terceira vez? Uau, o tempo voa", comenta, em entrevista à Folha.

    Attila Kisbenedek/AFP
    (FILES): This August 15, 2015 file photo shows Diplo, a member of US electronic music group Major Lazer, as he leaves the Main stage in a plastic bubble at the Sziget Festival on the Hajogyar (Shipyard) Island of Budapest. Major Lazer, one of the most popular acts in electronic music, will perform in Cuba as part of a rare US-linked festival as relations thaw between the Cold War adversaries. The group, whose "Lean On" is the most popular song ever on streaming service Spotify, will play March 6, 2016 on the Havana waterfront to kick off the Musicabana festival of more than 25 artists. AFP PHOTO / Files / ATTILA KISBENEDEK ORG XMIT: ATT9305
    Diplo, 37, deixa o palco em bolha de plástico, na Hungria

    Fora dos palcos, ele passou temporadas na Rocinha e na Cidade de Deus, onde comprou CDs de funk em camelôs, frequentou pancadões com DJ Marlboro e gravou o documentário "Favela On Blast" (favela em explosão), sobre a cena cultural da periferia.

    "Eu acredito que há beleza em todas as culturas. Aprender a me inserir no maior número delas sempre foi uma meta", ele diz, a respeito de suas aventuras antropológicas.

    A profusão de influências é o coração de seus 12 anos de carreira, uma colagem de estilos, do hip-hop tropical ao funk, passando pelas notas bollywoodianas de sua "Lean On", faixa que assina ao lado de Jillionaire e Walshy como o trio Major Lazer, a mais escutada de todos os tempos do serviço de streaming Spotify.

    Diplo não descarta inserir outros ritmos brasileiros, como o samba, à sua consagrada miscelânea. "É seguro dizer que isso eventualmente acontecerá", diz.

    Por enquanto, ele dedica toda a sua atenção à Jack Ü, parceria com o compatriota Skrillex iniciada em 2013.

    "Eu e ele somos amigos há anos, sempre trabalhamos juntos nos bastidores. Eu admiro muito sua criatividade", conta. "Trabalho com amigos, com gente que eu acho irada. Se a coisa é forçada, não funciona."

    A parceria rendeu dois prêmios na última edição do Grammy (melhor gravação e álbum de dance music), mas foi ofuscada em sua faixa mais célebre, "Where Are Ü Now", pela colaboração de Justin Bieber. Responsável por reformular a imagem adolescente do canadense e colocá-lo na liga dos adultos, a canção é erroneamente vista como dele por parte do público.

    Diplo não parece se incomodar. Tampouco se diz afetado pela desvalorização da música eletrônica frente à "música de verdade", tida como mais autêntica.

    "Nunca prestei atenção em nada disso", garante, apontando a diversão do público como única preocupação.

    Depois do festival, Diplo adianta que voltará ao estúdio com Skrillex para trabalhar no segundo disco da Jack Ü. "Temos muitas colaborações na manga."

    JACK Ü
    QUANDO dom. (13), 19h10
    ONDE Lollapalooza, palco Ônix - av. Sen. Teotônio Vilela, 261, São Paulo, tel. (11) 5666-8822
    QUANTO R$ 450 a R$ 900
    CLASSIFICAÇÃO 15 anos

    Edição impressa

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