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    Lollapalooza aposta em atrações menos consagradas e agrada o público

    GIULIANA DE TOLEDO
    THALES DE MENEZES
    DE SÃO PAULO

    14/03/2016 02h00

    Noel Gallagher, 48, foi a exceção à regra na quinta edição brasileira do Festival Lollapalooza, a terceira no autódromo de Interlagos. Neste fim de semana (dias 12 e 13), o evento teve 160 mil ingressos vendidos e a escalação mais consistente entre os habituais eventos do tipo no país.

    O festival praticamente não dependeu de veteranos, quase sempre convocados quando organizadores querem atingir grande público. Apostou em atrações principais que têm no máximo três álbuns lançados, como Florence + The Machine e Marina and the Diamonds.

    Noel Gallagher demonstrou na tarde de domingo que não é mais apenas um cantor. Tornou-se uma instituição do rock.

    O sucesso mundial nos anos 1990 como líder, compositor, guitarrista e eventual cantor na banda britânica Oasis deixou o artista acima do bem e do mal. Ao lançar agora seus álbuns sozinho, vai aos poucos acrescentando aqui e ali mais pérolas a seu repertório matador.

    Mas é quando retoma as faixas de álbuns do Oasis que a coisa pega de verdade. Vale dizer que o público de Noel foi um dos mais misturados do Lolla, em faixa etária e código visual.

    Quando a próxima a ser tocada é um hino do britpop como "Champagne Supernova", a plateia vai abaixo. Teve mais da banda antiga, com catarse na hora de "Wonderwall".

    Para encerrar, "Don't Look Back in Anger", aquela que os fãs cantavam de ponta a ponta nos shows do Oasis e continuam afinados nesse coro.

    Ele não foi o único que atraiu público pelo sucesso anterior com um banda famosa. Uma plateia pequena, mas fiel e atenta, acompanhou Albert Hammond Jr., guitarrista dos Strokes, mostrar um pouco mais cedo, no palco Axe, que a sua carreira solo vai muito bem, obrigado.

    Como "frontman", o americano está seguro, cercado de uma banda bem entrosada e moldada para shows agitados, com a energia de três guitarras -duas além da do próprio Hammond Jr. A trupe tocou próxima, amontoada no centro do palco, como se estivesse numa casa de shows pequena.

    Os fãs também ajudaram Hammond Jr. a se soltar. Ainda que ele, de calça e camiseta completamente brancas, já tenha subido ao palco parecendo um dentista saltitante, a sua confiança cresceu ao longo da apresentação, a cada letra ecoada pelo público.

    Até as mais recentes, do disco "Momentary Masters" (2015), estavam decoradas.

    MC BIN LADEN

    Alguns brasileiros se deram bem no domingo. Emicida e Planet Hemp se apresentaram à noite, cada um diante de uma plateia fiel, com mãos erguidas e corpos balançando na batida hip hop, cada vez mais ocupando o antigo lugar do rock junto à garotada.

    E, mesmo sem estar escalado no evento, MC Bin Laden ganhou as atenções. O funkeiro paulista do hit do verão "Tá Tranquilo, Tá Favorável" foi convidado de honra do Jack Ü, projeto dos mega-DJs e produtores americanos Diplo e Skrillex. Diante de uma multidão, a maior concentração de pessoas no palco Onix neste fim de semana, ele cantou o sucesso.

    Começou de camisa, mas logo a arrancou, para exibir a barriga avantajada que já se conhece bem do clipe. Gritando o refrão, o público mostrou domínio da coreografia que usa "o famoso sinal do Ronaldinho", como manda a letra.

    *

    LOLLITAS

    Melhorias
    Alguns pontos que a organização aperfeiçoou foram a limpeza e a organização. Entrada e saída transcorreram sem filas imensas e confusão. O autódromo estava mais limpo do que no ano passado e o piso de borracha em frente ao palco Skol evitou que o gramado virasse um lamaçal com a chuva que deu as caras em alguns momentos.

    Roubos
    A segurança ficou a cargo da empresa privada ESC e de bombeiros civis -a Polícia Militar só agiu na área externa. Foram presos grupos que roubavam celulares e carteiras.

    Macaquitos
    Os macacões e macaquinhos foram a roupa do ano. Meninos e meninas usaram diversas versões da peça única: jeans, comprido, curtinho, florido, liso, manga longa e até estilo bicho de pelúcia. Bodys e maiôs também compuseram o look feminino.

    Estampa
    Florence + The Machine e Mumford & Sons lideraram a preferência na loja oficial do Lolla: cada um estampava quatro modelos diferentes de camisetas e todas esgotaram.

    Câmbio
    O real valorizou! Em 2015, cada mango -a moeda de mentirinha do evento, para comprar comes e bebes- era vendido a R$ 2,50. Neste ano, a cotação estava 1 para 1.

    Cerveja verde
    À venda pelos mesmos 12 mangos que o chope da patrocinadora, uma cerveja verde mais forte tinha 7,9% de teor alcoólico. A quantidade, no entanto, era menor: 269 ml contra os 400 ml do chope da marca oficial.

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