• Ilustrada

    Saturday, 04-May-2024 01:10:36 -03

    Japoneses tocam tambores por 90 minutos seguidos em espetáculo

    IARA BIDERMAN
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    14/03/2016 02h00

    Takashi Okamoto/Divulgação
    O grupo Kodo se apresenta em São Paulo nesta semana
    O grupo Kodo se apresenta em São Paulo nesta semana

    Kodo, em japonês, significa batimento cardíaco, pulsação. É também o nome do grupo percussivo do Japão mais conhecido internacionalmente, que se apresenta nesta segunda (14) e terça (15), em São Paulo, e segue temporada no Rio, entre os dias 17 e 20.

    A batida ou pulsação vem do "taiko", tambor tradicional do Oriente. O instrumento chegou ao Japão vindo da China, há mais de mil anos, conta Yuichiro Funabashi, líder dos músicos do Kodo.

    Mas foi no Japão que floresceu a arte de tocar e confeccionar o taiko. Antes usado em cerimônias religiosas, populares e militares, os primeiros grupos percussivos profissionais surgiram na década de 1950, segundo Funabashi.

    A partir daí, virou "logomarca da cultural nacional", diz o músico Gabriel Levy, estudioso de músicas tradicionais do Oriente. Levy aprendeu a tocar taiko com um grupo de São Paulo -há vários no Brasil, criados por imigrantes ou descendentes.

    O grupo Kodo, fundado no Japão há 35 anos, mistura o tradicional e o contemporâneo nos seus espetáculos, em que músicos malhados exibem a técnica e os músculos em cenas coreografadas.

    "Dadan" ("os homens dos tambores"), o espetáculo que chega agora ao Brasil -a última vez que o Kodo se apresentou aqui foi em 2008- traz homens tocando por 90 minutos, sem intervalo.

    "É só o tambor e você. O músico entra no coração do tambor, e o tambor entra no coração do público", diz Funabashi.

    Não há cenário. Os tambores, alguns deles gigantes, os corpos e as batidas frenéticas preenchem o espaço.

    O treino para se tornar um tocador de taiko no Kodo é quase militar. É preciso passar por um aprendizado de dois anos, morando na ilha Sado, a 410 km de Tóquio.

    Todo dia, os aprendizes acordam às 4h50, limpam a moradia onde estão hospedados, fazem uma corrida de 5 km e tocam tambor por oito horas, conta o brasileiro Yoohey Kaito, que passou um ano como aprendiz na ilha.

    DADAN - GRUPO KODO
    QUANDO seg. (14) e ter. (15), às 21h, em São Paulo; qui. (17) a 19 (sáb.), às 21h, e dom. (20), às 19h, no Rio
    ONDE Teatro Alfa, r. Bento Branco de Andrade Filho, 722, tel. (11) 5693-4000 (SP); Cidade das Artes, av. das Américas, 5300, tel. (21) 4003-1212 21, de qui. a sáb., e Parque Madureira, r. Parque Madureira, s/nº, dom. (Rio)
    QUANTO de R$ 60 a R$ 160, em SP; de R$ 50 a R$ 150, no Rio (grátis no dom.)
    Classificação livre

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024