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    Em novo disco, Céu veste canções tropicais com batidas eletrônicas

    GIULIANA DE TOLEDO
    DE SÃO PAULO

    16/03/2016 02h00

    Joel Silva/Folhapress
    SAO PAULO, SP, BRASIL- 14-03-2016 : a cantora Céu, que lança o disco "Tropix" nesta semana. O disco representa uma mudança na carreira dela, que passa a usar batidas de disco music, R&B, trip hop, eletrônica com uma cara vintage.. ( Foto: Joel Silva/ Folhapress ) *** ILUSTRADA*** ( ***EXCLUSIVO FOLHA***)
    A cantora Céu, que lança o disco "Tropix" nesta semana

    Céu escreveu há meses em um dos seus cadernos de ideias: "beat tropical". Estava ali, conta a cantora paulistana, a gênese de "Tropix", seu quarto disco de estúdio, que será lançado nesta sexta (18) no serviço de streaming Spotify —a outras plataformas chega na sexta seguinte.

    O título, "trópico" com um "x" que alude ao mundo digital, dá o conceito. As influências latinas de Céu estão conservadas, os fãs não precisam se preocupar. Agora encontrarão também, no entanto, batidas da música eletrônica de décadas passadas. O convite à pista é forte em faixas como "Perfume do Invisível", com disco music.

    "Estava interessada na maquinaria da música, a fim de mexer com coisas mais duras, com esse lado racional", explica. "Mas a máquina que eu uso para fazer essa ode é meio 'zoadinha', meio tropical, enferrujada. Esse é meu jeito de interpretar", ri ela, usando uma blusa dourada.

    Visualmente, "Tropix" deve surgir nos palcos com figurino brilhoso. E, sonoramente, para casar com as novas canções, parte do repertório antigo terá nova roupagem.

    A turnê estreará no fim do mês, na Europa (França, Espanha, Suíça, Inglaterra e República Tcheca). Por aqui, os shows ocorrem a partir de abril —de 28 a 30, no Sesc Pompeia, em SP; em 14 de maio no Circo Voador, no Rio. Em junho, pega a estrada para os EUA e o Canadá.

    O lado racional que Céu buscou na forma de escolher e dosar as batidas não contaminou, porém, as suas composições —assina, sozinha ou em parceria, dez das 12 faixas—, em que não faltam romantismo e delicadeza.

    Em "Varanda Suspensa", por exemplo, lembra o avô materno, descrevendo a vista da sua casa encravada em um morro em São Sebastião, no litoral paulista. O clima familiar está também no coro da faixa: a vozinha é da filha, Rosa Morena, de 7 anos. "Ela entrou no estúdio quando a gente estava finalizando e começou a cantar um coro que ela inventou. Eu adorei."

    A temática da infância também está em "A Menina e o Monstro", inspirada pelo crescimento de Rosa, e uma homenagem a "Onde Vivem os Monstros", livro de Maurice Sendak adaptado ao cinema por Spike Jonze.

    Já em "Rapsódia Brasilis" a reflexão sobre a infância é uma crítica social. "É uma mulher negra falando que cria uma menina de família aristocrática. Ela, a empregada, é quem cuida dela, que faz tudo, mas a família reclama que ela 'se mete demais'", explica Céu, que diz se engajar "na medida da vontade".

    OCUPAÇÃO

    Recentemente, tocou dentro de uma escola ocupada durante protesto contra reforma no ensino público paulista. "Estamos vivendo um momento bem propício para falar, tocar, pincelar, alfinetar."

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