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    Maroon 5 canta repertório manjado em show com protesto a Dilma

    MARIA CLARA MOREIRA
    DE SÃO PAULO

    17/03/2016 23h32

    As 45 mil pessoas que prestigiaram a quarta passagem do Maroon 5 por São Paulo tomaram parte em um gigantesco encontro coletivo.

    Disputando à beira do palco, pares de gostos, gêneros e faixa etária variados se reuniram para ver a banda comandada por Adam Levine, 38, célebre por fazer a vez de jurado no reality musical "The Voice".

    À sua espera, o público do Allianz Parque aqueceu o gogó xingando a presidente Dilma Rousseff. Seu brado de "ei, Dilma, vai tomar no cu" foi tão aplaudido quanto a "ola" desengonçada que o precedeu.

    Recém-saída da avenida Paulista, onde trabalha, Ayumi Suenaga, 35, exibiu com pompa sua camisa da seleção brasileira.

    "Ouvi o Aécio na rádio ontem e me inspirei, mas tive de trocar o protesto pelo show", explicou.

    De costas para o palco, foi uma dos que trocaram o show de abertura pelo celular.

    Das virtudes da Dashboard Confessional, grupo incumbido de preparar o palco para a trupe de Levine, há de se destacar a entrega com a qual tentou embalar o público.

    O vocalista Chris Carabba, 40, explorou todos os truques possíveis, dos solos na guitarra detonada à breve tentativa de falar português ("tudo bem?") e ao cover de "Fix You", do Coldplay.

    Não deu muito certo —a plateia mostrou mais interesse em tirar selfies— e a banda não se despediu ao deixar o palco.

    Azar da cozinheira Carolina Amancio, 22, que vibrou com a apresentação a despeito do desânimo geral. "Eu sou fã dos caras desde os 13 anos, marcaram minha adolescência", conta, negando prontamente qualquer envolvimento com a cultura emo.

    ARSENAL DE CLÁSSICOS

    O Maroon 5 deu boas vindas à plateia cantando sobre amor obsessivo em "Animals", faixa de "V", o disco mais recente.

    Platinado, o líder da banda tentou puxar da plateia um coro débil de "One More Night e "Harder to Breathe", mas a resposta só veio com "Maps", canção que puxou o arsenal de clássicas do grupo —mesmo com doze anos de estrada, é "She Will Be Loved" que leva a casa abaixo.

    O repertório curto (apenas 16 faixas) e manjado pouco destoou do apresentado nas visitas anteriores do grupo ao país. Colocou em evidência o quanto a banda se escora no carisma de seu líder, e isso ele tem de sobra, correndo pelo palco e dançando como se seduzisse seu público.

    Mas a sucessão quase ininterrupta de uivos e falsetes sustentada por uma hora e meia de show escancarou a perda de potência vocal de um Levine constantemente desafinado. Nada que perturbe as fãs, hipnotizadas com o vocalista descamisado.

    SETLIST:

    1. Animals
    2. One More Night
    3. Stereo Hearts
    4. Harder to Breathe
    5. Lucky Strike
    6. Wake Up Call
    7. Love Somebody
    8. Maps
    9. This Love
    10. Sunday Morning
    11. Payphone
    12. Daylight

    Bis:
    13. Lost Stars
    14. She Will Be Loved
    15. Moves Like Jagger
    16. Sugar

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