Ana Paula Renault, 34, vive uma fase zen. Ela não protagoniza um bate-boca público desde que deixou o confinamento do "Big Brother Brasil 16" pela porta dos fundos, no começo de março, expulsa por presentear seu desafeto, o modelo Renan Oliveira de Almeida, 29, com duas bofetadas.
A agressão veio durante uma noitada de esbórnia –que ainda viu a participante atirada no chão do banheiro, bêbada e incapaz de conter a bexiga em rede nacional– e botou fim a cinco semanas de hostilidade entre os competidores.
Sem os tantos "pega pra capar" entre a mineira e Renan, eliminado duas semanas depois, o protagonismo do reality show recaiu sobre a aliada Munik Nunes, 19, que disputa a final com a "youtuber" potiguar Maria Claudia Macêdo, 19, nesta terça-feira (5).
Agora, quem quiser trombar com a jornalista pode tentar a sorte na porta do Projac, centro de produção da Rede Globo, no Rio, onde desde então se arrisca como repórter do "Vídeo Show" e bate ponto nas principais atrações da casa.
AME-A OU DEIXE-A
Ana Paula era fã do "BBB", mas não sonhava em entrar para a casa. Mudou de ideia ao ser descoberta por um olheiro em um festival gastronômico em Belo Horizonte, em 2014, mas acabou cortada nas seletivas. Como manda a teimosia, tentou de novo.
"Não queria fama nem dinheiro, era uma questão comigo mesma, de me testar, saber a que ponto minha personalidade incomodava os outros e se poderia, de alguma forma, ser admirável também", argumenta.
Do lado de fora, sua sucessão de desavenças polarizou os espectadores. Para uns, suas caras de deboche, bordões e barracos a alçaram a bastião da sinceridade e ídolo das redes sociais.
Já para os acostumados ao jogo moderado, suas sete semanas no programa mostraram um tipo histriônico e briguento, como no embate com o curitibano Laércio de Moura, 53, a quem acusou de pedofilia por se dizer atraído por meninas mais novas. O barraco foi a maior audiência do programa nesta temporada (30,9 pontos no Ibope –cada ponto equivale a 69 mil casas), empatado com a transmissão da expulsão de Ana Paula.
"Não consigo fazer essa política social, ser legal com quem eu não gosto. Acho que faltava este tipo de sinceridade na televisão", diz a mineira. "Quem convive comigo sabe como sou e entende. Sei respeitar os momentos de fraquezas do ser humano porque conheço bem os meus." O maior deles veio aos 17 anos, quando a mãe, a funcionária pública Maria da Conceição Renault, morreu em um acidente de carro.
"A perda da minha mãe foi o pior e mais triste dia da minha vida. Tentei ser uma pessoa mais forte e verdadeira, [porque] ela tinha pavor de mentiras", explica a jornalista. Para Cida Renault, 30, sua irmã caçula, o choque a fez a amadurecer rápido demais.
A herança "razoável" deixada pela mãe, combinada à ocasional ajuda de custo do pai, o ex-deputado da Arena, Gerardo Renault, 86, que não fala em valores, deu a Ana Paula o privilégio de não precisar trabalhar para sobreviver, pelo que foi criticada por seus rivais de confinamento.
"Nunca fui uma inútil. Ocupava as horas do meu dia fazendo o que gosto, cuidando das pessoas que amo", ela se justifica, rejeitando a vida de extravagância que levava no passado. "Agora até procuro alguém para dividir a Netflix comigo."
Trabalhar na televisão, afirma, não passava por sua cabeça, mas criou gosto pelo "bico" no "Vídeo Show", uma iniciativa da emissora.
Gozando da fama repentina, ainda não teve um final de semana para colocar a cabeça no lugar e o sono em dia. "A agenda e a pressão natural dos fãs dificulta o contato com ela", lamenta Gerardo.
À espera de matar a saudade, os parentes da jornalista se dedicam à família postiça "Geronik" –união dos amigos e familiares de Geralda Diniz, 63, Ronan Veiga, 27, e Munik Nunes, aliados de Ana Paula no programa.