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    Exposição joga luz sobre minimalismo elétrico e lírico de Montez Magno

    SILAS MARTÍ
    DE SÃO PAULO

    06/04/2016 02h08

    Montez Magno era até pouco tempo atrás um nome obscuro, um artista de artistas. Quando suas obras foram parar no Panorama da Arte Brasileira, mostra no Museu de Arte Moderna paulistano, há três anos, a crítica e o mercado prestaram atenção, redescobrindo esse poeta, pintor e escultor pernambucano.

    Uma exposição agora na galeria Pilar, em São Paulo, revela algumas frentes da obra de Magno, que já passa dos 80 anos. Ali estão desenhos e pinturas com linhas verticais coloridas que ele chama de partituras e sinfonias. Também está uma escultura de 1973, uma régua com um sulco vermelho escavado no meio, lembrando um termômetro.

    "Suas partituras são desenhos puros", diz Lisette Lagnado, que organiza a mostra. "Não é muito claro o que é música e o que é pauta para a música ou para escrever. Há uma recorrência rítmica."

    Divulgação
    Obra de Montez Magno agora em mostra na galeria Pilar. Credito: Divulgacao ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
    Pintura de Montez Magno agora em mostra em São Paulo

    Toda a obra de Magno, aliás, parece se esforçar para revelar a estrutura por trás das coisas, numa relação estreita com a poesia, que ele também escreve. Em posição análoga à palavra, capaz de desencadear ações e engendrar universos, sua obra plástica lança um olhar insuspeitado em direção à realidade, reduzindo o mundo a seu esqueleto.

    Mas não é uma depuração austera. Magno é um minimalista só na superfície. Suas obras não se reduzem à matéria inerte. Elas pulsam, meio elétricas, meio irônicas, como suas maquetes de cidades feitas de velhos circuitos eletrônicos e placas de computador.

    Outra ala da mostra exibe seus mapas do Recife e de galáxias distantes no universo, um exercício de representação do espaço que não se restringe à realidade mais crua, mesmo que faça questão de expor sempre suas raízes.

    É o que Lagnado chama de sua "antevisão dos mapas do Google", menos precisos e muito mais belos.

    MONTEZ MAGNO
    QUANDO de ter. a sex., 11h às 19h; sáb., 11h às 17h; até 21/5
    ONDE galeria Pilar, r. Barão de Tatuí, 389, tel. (11) 3661-7119
    QUANTO grátis

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