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    crítica

    Com tópicos diluídos, filme com Denise Fraga apresenta resultado raso

    CÁSSIO STARLING CARLOS
    CRÍTICO DA FOLHA

    07/04/2016 12h40

    A primeira e a última impressão que "De Onde Eu Te Vejo" deixa é a inevitável "já vi esse filme".

    A crônica de costumes dirigida por Luiz Villaça busca contemplar diversas situações da contemporaneidade. No centro, está um casal maduro que se separa e ele vai morar no prédio vizinho, num apartamento que dá de frente para o da ex.

    A filha deles cumpre os ritos de passagem para a vida adulta, entrando na faculdade e indo morar longe dos pais. Uma amiga do casal representa a crise no jornalismo tradicional.

    A acelerada mutação urbana completa o conjunto de temas, com a personagem de Denise Fraga trocando o idealismo do trabalho com fotografia pelo pragmatismo da corretagem de imóveis que promove a demolição do velho e a substituição pelo novo.

    O dilema afetivo retoma o que vimos há pouco em "Pequeno Dicionário Amoroso 2", enquanto os dramas geracionais e os efeitos da mutação urbana reciclam sem aprimorar o que filmes como "O Príncipe" ou "O Signo da Cidade" buscaram há mais ou menos tempo.

    Em meio a muitas possibilidades, "De Onde Eu te Vejo" prefere diluir seus tópicos em vez de desenvolver algum.

    Mesmo que dê importância aos quiproquós do relacionamento e à estafa afetiva e sexual, a necessidade de abarcar o máximo para atrair mais público impõe um excesso de mudanças de ritmo.

    O efeito é semelhante ao de assistir a um filme na TV com intervalos para publicidade.

    *

    DE ONDE EU TE VEJO
    DIREÇÃO Luiz Villaça
    ELENCO Denise Fraga, Domingos Montagner e Marisa Orth
    PRODUÇÃO Brasil, 2014, 12 anos
    AVALIAÇÃO regular ■

    Edição impressa

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