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    'Mister Brau' volta na terça com mais romance e flerte com thriller

    GABRIELA SÁ PESSOA
    ENVIADA ESPECIAL AO RIO

    11/04/2016 18h16

    Fosse a TV mais como "Mister Brau" (Globo), série que reestreia nesta terça (12), talvez a percepção do brasileiro de que o veículo só reproduz estereótipos raciais (64%) seria menor. O dado é de uma pesquisa recente do Instituto Geena Davis no país, divulgada em março.

    Nas palavras dos protagonistas, Taís Araújo e Lázaro Ramos, trata-se de "uma celebração à autoestima e à identidade". Agora gravando como o exuberante e milionário casal de popstars Michele e Brau, o casal acaba de terminar uma temporada em São Paulo da peça "O Topo da Montanha", sobre os últimos momentos de vida de Martin Luther King.

    As lições do reverendo americano, um dos mais importantes líderes da luta pela igualdade racial, ainda parecem latentes nos dois, como demonstram em conversa com a Folha na mansão que serve de cenário para a série.

    "Aprendi muito [ao] estudar história dele, de mobilização, de não violência", comenta o ator. Taís precisa se aprontar para outra cena, e a conversa segue com Lázaro.
    "Brau e ele [Luther King] são dois lugares, dois estilos diferentes, mas acho que falam de representatividade. Acabam se associando dessa maneira; o Brau, mais pelo humor."

    Ágil, o seriado faz política com leveza. Em um dos melhores episódios do primeiro ano, Brau não se conforma que curativos "cor da pele" sejam sempre beges. Tem uma epifania e decide lançar um esparadrapo para peles negras.

    Cenas como essa fizeram "Mister Brau", escrita por Jorge Furtado, repercutir na imprensa estrangeira. O britânico "The Guardian" publicou que o protagonismo negro na série era algo "sem precedentes" na mídia brasileira.

    Sobre o episódio do curativo, Lázaro comenta que era, sim, uma atitude política, mas que também revelava uma característica importante do casal: são fissurados por grana. "Michele e Brau gostam de dinheiro, sem menor pudor. Já reparou nisso?".

    Do lado financeiro, Michele é a mulher de negócios, senhora de si, enquanto Brau, é mais ingênuo. "Ele acredita em tudo, vai ser enganado [na nova temporada]. Crê em fantasmas e que só consegue escrever se a musa dele, Michele, estiver perto", diz Lázaro.

    A ausência de Michele, que tenta a carreira como cantora nos EUA, é o ponto de partida dos novos capítulos, que apostam mais em romance do casal e na mistura de gêneros: haverá mais thriller e ação, além de musicais.

    Outro aspecto é o enfoque em um novo modelo de família: nos Brau, a mulher tem tanto protagonismo quanto o homem. "A televisão se torna melhor quando escuta quem a assiste. O 'Brau' é reflexo de um público que estava ávido por ver essa família representada, e com essa leveza", diz o ator.

    NA TV
    Mr. Brau
    Estreia da segunda temporada
    QUANDO às 22h30, na Globo

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