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    De volta à TV, Maria Paula quer reinvenção como repórter em 'A Liga'

    MARIA CLARA MOREIRA
    DE SÃO PAULO

    18/04/2016 02h21

    Nem lá, nem cá. Maria Paula Fidalgo, 45, está em trânsito, seja na ponte aérea entre Rio, São Paulo e Brasília, onde vive, ou navegando entre os universos contraditórios retratados em "A Liga" (Band).

    Nesta segunda (18), ela estreia como repórter do programa ao lado de Thaíde, Guga Noblat e Mariana Weickert no debute da sexta temporada. Como primeira missão, se inseriu na rotina luxuosa do bilionário Marcos Ermírio de Moraes. A segunda já não foi tão fácil.

    "Fomos ao M'Boi Mirim, a periferia mais 'trash' que você pode imaginar, com a galera da delegacia de homicídios. Eles descobriram um cemitério clandestino e abriram as covas na hora", conta, em entrevista à Folha.

    Danilo Verpa - 7.abr.2016/Folhapress
    SAO PAULO - SP - 07.04.2016 - Retrato da atriz Maria Paula, ex-"Casseta & Planeta", que estreia na Band com "A Liga". (Foto: Danilo Verpa/Folhapress, ILUSTRADA)
    Maria Paula Fidalgo, que estreia em 'A Liga'

    Das covas rasas, viu serem retirados 30 corpos dispostos de cabeça para baixo, em decomposição. Um deles, o de uma travesti, foi reconhecido pela cor da unhas. Naquela noite, Maria Paula não dormiu.

    "Vi uma realidade que eu fingia não existir. A gente sabe que existe, mas bota um véu para não ver, porque é mais confortável", diz. "Continuei gravando com a delegacia, pensando em como essa galera aguenta, mas é o trabalho deles, sabem separar. Eu, não."

    MONTY PYTHON

    Ela terá tempo de se adaptar a temas duros. Ao longo de 11 episódios, ainda explorará a prostituição de modelos e o submundo das favelas em guerra. A verve sóbria marca um rompimento drástico com os 17 anos de "Casseta & Planeta: Urgente", seu casamento mais duradouro, que a consagrou no humor.

    "Foi maravilhoso, mas deixou de ser novidade. As coisas evoluem. O 'Casseta' só foi possível porque teve 'Monty Python', e o [Marcelo] Adnet só é possível hoje porque houve o 'Casseta'."

    Com o divórcio amigável veio a necessidade de reinvenção. Convidada pela Globo a investir na dramaturgia, chegou a fazer ponta em "Malhação", mas não emplacou.

    No ínterim, escreveu um livro ("Liberdade Crônica", ed. Faces), começou um mestrado em psicologia na Universidade de Brasília e dedicou seu lado ativista a advogar pelos direitos das detentas que dão à luz no cárcere.

    Como boa filha, a casa tornou, ainda que em outra emissora da TV aberta.

    "Quero que as pessoas que me assistem não se contentem com a mesmice. Tá cansada? Muda a cena. Rigidez é morte e não tá com nada."

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