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    Vencedor do World Press Photo anda 1.500 km para receber prêmio

    DA AFP

    19/04/2016 12h09

    O vencedor do prestigiado concurso World Press Photo 2016, com uma imagem de refugiados na fronteira servo-húngara, percorreu a pé cerca de 1.500 quilômetros para receber seu prêmio em Amsterdã.

    "Sempre quis fazer este tipo de viagem. Mas passar tempo com os refugiados que fogem de locais como Síria fez com que tivesse um significado especial", afirmou nesta terça (19) Warren Richardson.

    O fotógrafo australiano de 47 anos, que ganhou o prêmio mais importante do fotojornalismo com a foto de um refugiado passando um bebê sob a cerca de arame farpado da fronteira, saiu de Budapeste em meados de fevereiro, onde vive com sua família.

    Warren Richardson
    Imagem do fotógrafo Warren Richardson, feita em Roszke, na Hungria, mostra refugiado passando bebê por baixo de arame-farpado na fronteira húgaro-sérvia
    Imagem do fotógrafo Warren Richardson, feita em Roszke, na Hungria, vencedora do World Press Photo

    Segundo ele, o objetivo desta ação não era recriar a dura experiência destes refugiados, mas se reunir mais uma vez com algumas das pessoas que havia fotografado.

    Richardson deve chegar a Amsterdã na quinta (21), depois de ter passado várias semanas dormindo em uma barraca ao longo da estrada e guiando-se apenas com a ajuda do sol e das estrelas e contando com informações das pessoas por quem passava.

    "A ideia original era ir de Budapeste à Noruega para me reencontrar com refugiados que conheci na Hungria e em outros lugares para ver como estão", explicou durante seu périplo, ao mesmo tempo em que ia perguntando o caminho a várias pessoas.

    "Mas, no dia em que eu tinha que ir embora, o telefone tocou e me disseram que havia ganhado o World Press Photo, o que mudou um pouco as coisas", acrescentou.

    Então ele decidiu ir a Amsterdã, "na metade do caminho de onde queria ir", confessou o fotógrafo.

    Com sua mochila, sua barraca, seu saco de dormir e a fiel câmera de fotos, Richardson se dirige à cidade holandesa para receber seu prêmio e um cheque de 10 mil euros (R$ 40 mil), das mãos do príncipe Constantino, irmão do rei Willem-Alexander.

    Embora seus sapatos tenham ficado em frangalhos, Richardson tem a intenção de se reunir em Edam, ao norte de Amsterdã, com um grupo de refugiados que o acompanhará em seu último trecho da viagem.

    Perguntado sobre por que havia decidido realizar a viagem, Richardson afirmou que "pela lição de humildade e pelas incríveis pessoas que você se encontra ao longo do caminho".

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