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    Poeta Frederico Barbosa é demitido da Casa das Rosas após 12 anos na direção

    RODOLFO VIANA
    DE SÃO PAULO

    20/04/2016 12h42

    Após mais de uma década, o poeta e professor Frederico Barbosa não é mais diretor da Casa das Rosas. Na segunda (18), ele foi demitido do posto que ocupava desde 2004, ano em que o casarão abandonado no número 37 da avenida Paulista foi revitalizado.

    A demissão partiu da Poiesis, organização social responsável pela gestão da Casa das Rosas, bem como de outros projetos culturais no Estado. O poeta também foi seu diretor executivo entre 2008 e 2011.

    Clóvis de Barros Carvalho, diretor executivo da Poiesis, diz que a demissão de Barbosa "está ligada à visão de futuro". Por ora, ele próprio ficará na direção da Casa das Rosas.

    Ele explica que o contrato entre a organização e Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo referente à Casa das Rosas e à Casa Guilherme de Almeida vence em 2017.

    Para continuar à frente dos espaços, diz Barros Carvalho, a Poiesis vai fazer uma reestruturação na gestão. A ideia é haver um só diretor que cuide não apenas das duas instituições, mas também da Oficinal Cultural Casa Mário de Andrade, também gerida pela organização.

    Alessandro Shinoda/Folhapress
    O poeta e ex-diretor da Casa das Rosas, Frederico Barbosa
    O poeta e ex-diretor da Casa das Rosas Frederico Barbosa

    A reestruturação, contudo, será proposta à secretaria apenas durante a nova seleção para definir quem fará a gestão das instituições.

    "[Unificar a direção dos museus] Não é uma decisão fechada", diz ele, quando questionado sobre se a secretaria concorda com tal reestruturação. "Mas é o modelo que eu gosto: ter no futuro um único diretor".

    De acordo com Barbosa, o plano de unificar a direção das três instituições não foi mencionado no momento da demissão. "Ele [Carvalho] me chamou lá e disse que eu estava demitido, que meu trabalho não lhe satisfaz", diz. "Ele inventou isso [sobre reestruturação] agora."

    No ano passado, segundo o ex-diretor, a Casa das Rosas teve 160 mil visitantes e "atividades quase diárias de literatura", o que não justificaria a demissão. "Além disso, em avaliação recente [sobre cumprimento de metas da instituição], eu recebi dos As e dois Bs, fui bem avaliado [por Carvalho]."

    Para a gestão da Casa das Rosas e da Casa Guilherme de Almeida em 2016, a Poiesis fechou contrato de R$ 5,94 milhões —mesmo valor de 2015—, mas um contingenciamento no Estado deve levar a organização a receber R$ 5,34 milhões.

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