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    crítica

    Filme apenas simpático revela desajuste entre mensagem e alvo

    CÁSSIO STARLING CARLOS
    CRÍTICO DA FOLHA

    21/04/2016 02h29

    Outro dia ela teve Alzheimer, agora sofre de câncer. Será que Julianne Moore decidiu se especializar em papeis de mártires?

    A vencedora do Oscar de melhor atriz em 2015 assume o risco de fatigar seu público ao emendar os apagamentos de "Para Sempre Alice" aos padecimentos de "Amor por Direito", melodrama sobre um casal de mulheres que luta pela igualdade civil.

    A intenção foi explorar o prestígio da atriz para defender a causa das implicações legais e civis do casamento gay. Estamos diante de um filme de mensagem, gênero simpático, porém limitado.

    Moore é uma policial que decide, enfim, assumir sua homossexualidade quando conhece uma garota mais jovem (Ellen Page, em química perfeita com a veterana).

    O diagnóstico de câncer inviabiliza o felizes para sempre e dá início à luta para que a companheira receba a pensão a que viúvos(as) têm direito.

    A partir daí, Moore e Page assumem papeis de coadjuvantes e o filme transforma-se em uma bem montada peça de marketing político.

    A entrada em cena de Steve Carell, advogado gay animador de manifestações, dá humor e leveza e torna o resultado facinho de assistir.

    O problema desse tipo de filme está no desajuste entre a mensagem e seu alvo. Quem já é simpático torna-se mais simpático, mas dificilmente ouviremos falar de igrejas distribuindo ingressos para seus fieis assistirem a uma história que demonstra que o direito ao amor também é universal.

    AMOR POR DIREITO
    (Freeheld)
    DIREÇÃO: Peter Sollett
    ELENCO: Julianne Moore, Ellen Page e Steve Carell
    PRODUÇÃO: EUA, 2015, 12 anos

    Edição impressa

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