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    Vinhateiro italiano Angelo Gaja visita o Brasil e revela plano de expansão

    ALEXANDRA FORBES
    COLUNISTA DA FOLHA

    26/04/2016 17h02

    Vencedor de incontáveis prêmios e dono da mais prestigiosa marca de vinhos da Itália —a Gaja— o italiano Angelo Gaja, que tem uma vinícola no Piemonte e duas na Toscana, considera pela primeira vez na carreira a expandir para o Novo Mundo.

    O Brasil está fora de cogitação. Mas, em rápida passagem por Santa Catarina no último feriado, o vinhateiro impressionou-se com as vinícolas Villa Francioni e Leone di Venezia, em São Joaquim.

    Gaja estrelou nesta segunda-feira (26), em São Paulo, um jantar harmonizado com seus vinhos —os demais participantes pagaram R$ 990 por um lugar.

    Divulgação
    O vinhateiro Angelo Gaja
    O vinhateiro Angelo Gaja

    Embora brasileiros não representem fatia significante de seus clientes, o italiano diz admirá-los. "Vêm muito ao Piemonte, conhecem gastronomia e vinho a fundo".

    Maior embaixador de sua região natal, há décadas ele recusa propostas como a da gigante americana Robert Mondavi para investir fora da Itália.

    "Aprendi com a família a não expandir demais", diz. Agora, com o caçula Giovanni estudando administração e as duas filhas, Gaia e Rossana, envolvidas no negócio, sente-se disposto a investir no Novo Mundo, demonstrando especial interesse pelo Chile. "É possível que aconteça em um prazo relativamente curto".

    Gaja fez fama e glória depois de assumir o negócio familiar do pai em 1961 e elevar seus barolos e barbarescos (tintos feitos com a uva nebbiolo) ao mais alto nível.

    Foi comprando vinhedos piemonteses e aumentando o leque de vinhos. Causou polêmica ao introduzir uvas francesas como a cabernet sauvignon. Em 1994, comprou a vinícola Pieve Santa Restituta na Toscana, onde produz dois excelentes Brunellos di Montalcinos, feitos com a uva local, a sangiovese.

    Encantou-se ao ver na serra de Santa Catarina a mesma sangiovese. "As duas vinícolas estão conseguindo resultados muito, muito bons", diz, apesar de obstáculos como as geadas primaveris.

    "É tudo ainda muito novo, as parreiras não tem mais do que 15 anos, eles são valentes", acrescenta. "Só falta pararem de querer fazer vinhos de todos os tipos —tintos, espumantes, doces, brancos— e escolherem no que querem focar".

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