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    crítica

    Ótimo, 'Capitão América' dispensa vilões e escala 12 mocinhos

    THALES DE MENEZES
    DE SÃO PAULO

    28/04/2016 02h09

    A lição básica de "Capitão América - Guerra Civil" é esta: quando você tem 12 super-heróis descolados, cheios de poderes bacanas, você não precisa de um vilão.

    O terceiro filme do Capitão América consegue reunir as melhores cenas de combates sobre-humanos que o cinema já produziu, escalando apenas "mocinhos" para trocar socos, pontapés e raios.

    Para isso, precisou de um roteiro engenhoso, inspirado no gibi "Guerra Civil".

    Essa saga saiu nas revistas do Capitão, mas o filme poderia ser encarado como o terceiro dos Vingadores. É de uma cizânia no grupo de heróis que surge a ideia de criar dois subgrupos antagonistas.

    Tony Stark, o Homem de Ferro, concorda em passar o controle das ações dos Vingadores para a ONU, depois de mais uma missão do grupo resultar em centenas de civis mortos. Steve Rogers, o Capitão América, discorda.

    O que seria uma rusga interna passa ao nível de ameaça mundial quando atos terroristas são creditados ao desgarrado Soldado Invernal. Este não é um Vingador. Ele é Bucky, melhor amigo do Capitão América, que confronta o governo para protegê-lo.

    A única figura com algum traço de vilania é o controlador da mente de Bucky, que o obriga a cometer crimes. Trata-se do insosso Zemo. Nada de empolgação, fãs de gibis! A única semelhança entre esse Zemo e o bom vilão clássico da HQ é o nome.

    Homem de Ferro e Capitão América acabam atraindo para cada lado os outros Vingadores, exceto Thor e Hulk, provavelmente muito ocupados em batalhas particulares.

    War Machine, Visão e uma relutante Viúva Negra se alinham ao Homem de Ferro. Seu "time" tem dois novatos: o Pantera Negra e o Homem-Aranha. Reintegrado ao universo Marvel no cinema (leia ao lado), o Aranha aparece como adolescente marrento e rouba boa parte da ação.

    Do lado do Capitão, além do Soldado Invernal, estão Falcão, Gavião Arqueiro, Wanda (a Feiticeira Escarlate) e outro convidado especial, o Homem-Formiga. Personagem fundamental nos Vingadores dos gibis, ele só entra na saga do cinema agora, depois de um divertido filme solo em 2015. E se sai bem.

    Essa dúzia de heróis tem um confronto grandioso, na segunda metade do filme, na pista de um aeroporto. Essa sequência de lutas, sozinha, já vale o dinheiro do ingresso. Delirante, merece ser vista e revista –muitas vezes– por todo fã de HQ que se preze.

    Uma das melhores coisas a se dizer sobre "Capitão América - Guerra Civil" é que, além de espetacular, tem o mérito de ser compreensível para quem nunca teve contato com o universo da Marvel.

    Comparação inevitável: a briga entre Capitão América e Homem de Ferro põe no chinelo o confronto recente de Batman e Superman levado ao cinema pela editora rival da Marvel, a DC Comics.

    CAPITÃO AMÉRICA - GUERRA CIVIL
    (Captain America - Civil War)
    DIREÇÃO: Anthony e Joe Russo
    ELENCO: Chris Evans, Robert Downey Jr., Scarlett Johansson
    PRODUÇÃO: EUA, 2016, 12 anos
    QUANDO: estreia na quinta (28)

    Edição impressa

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