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    Trio inglês Years & Years faz fama com músicas grudentas e vocalista ator

    LÚCIO RIBEIRO
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE LOS ANGELES

    28/04/2016 12h15

    Divulgação
    Trio 'Years & Years
    Da esq. para dir., Mikey Goldsworthy, Olly Alexander e Emre Türkmen, do trio inglês 'Years & Years'

    Penúltimo show da série californiana de bandas novas (ou de novidades de bandas velhas) e estamos dentro do Fonda Theatre, em Los Angeles, lotado e histérico. A atração a entrar depois que um duo de hip-hop de protesto faz as honras de abertura da noite é o trio inglês Years & Years, formação de pouco mais de quatro anos e apenas um álbum, lançado em julho do ano passado.

    Ok, o Fonda Theatre não é lá muito grande, praticamente um Cine Joia na concepção cinematográfica e na capacidade (umas 1.200 pessoas). Mas o lugar, com ingressos esgotados há tempos, que fica no coração de Hollywood e tem seu nome dedicado ao ator Henry Fonda, quase não comporta tanta expectativa. E, de repente, as luzes se apagam.

    Então vêm ao palco dois do trio inglês: o tecladista e o baixista (que por vezes toca guitarra). Mas a gritaria toma força mesmo quando, depois de um suspense ensaiadinho, entra em cena Olly Alexander, 25, cantor e também tecladista do Years & Years, que ajudou a montar a banda ao mesmo tempo que deslanchava sua carreira de ator de teatro, cinema e TV.

    Cara conhecida da série teen inglesa "Skins", Olly realmente domina a atenção. Embora o som do Years & Years não traga nada de novo à música, além de algumas canções grudentas bem feitas, o rapaz imprime com sua voz uma certa inteligência em timbres e letras à cena pop eletrônica voltada ao pop. Fora que, graças ao seu traquejo de ator de musicais e afins, ele dança que é uma beleza.

    O Years & Years começa nos EUA a ter uma reputação que já a faz banda grande na Inglaterra. Lá, graças a um apadrinhamento da rede BBC, que adotou Olly e seus amigos e botou as músicas do trio para circular forte em suas rádios, na TV, em seus festivais, em sessões especiais, para aproveitar a simpatia do vocalista-ator diante da nova geração britânica de consumidores musicais.

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    Em um momento espontâneo do show desta segunda-feira (25) em Los Angeles, emocionado ao ler um cartaz qualquer de uma menina da plateia, Olly a chamou para o palco e a fez sentar ao lado dele ao piano, enquanto cantava a romântica "Eyes Shut". Pareceu que ele estava mais encantado com a fã ao seu lado que o contrário.

    Jogando para torcida, o Years & Years, em cover, até melhora uma música de Kate Perry, "Dark Horse", que emenda a trechos do estrondoso sucesso do cantor de hip-hop Drake, "Hotline Bling".

    Em plena turnê americana, que já tinha passado por Los Angeles em setembro e levou um grande número de gente ao palco em que se apresentou, nos dois finais de semana do recente festival Coachella, o Years & Years hoje tem um show bem mais caprichado que os praticados até o ano passado, quando era "apenas" uma banda promissora e se apresentava como nasceu: em trio.

    Hoje conta com baterista contratado, duas backing vocals estilosas e um aparato de iluminação de provocar cartazes de aviso na entrada do teatro, alertando pessoas fotossensíveis.

    Mais algumas músicas bem emplacadas num futuro próximo e não seria de espantar que Olly dê um tchau para seus amigos de trio, saia em carreira solo e vire o novo Justin Timberlake.

    O jornalista viajou a convite do VisitCalifornia.

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