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    Semana de moda de SP termina com drama, brilho e novos básicos

    PEDRO DINIZ
    COLUNISTA DA FOLHA

    30/04/2016 02h07

    A ordem é cair na noite. Entre tropeços, falta do que dizer e um clima de quase nada a festejar, os estilistas que desfilaram no último dia desta São Paulo Fashion Week colocaram o brilho do lurex e dos paetês para animar esta temporada melancólica para o varejo de moda.

    Se o caixa está baixo, as marcas tentam impor algum glamour à passarela da Bienal do Ibirapuera, onde até sexta-feira (29) aconteceu a maior parte dos desfiles do evento.

    Logo cedo o paraense Lino Villaventura imprimiu todo o drama que sempre definiu suas apresentações. As nervuras dos vestidos longos, as texturas metálicas dos tecidos e as poses dramáticas com as quais as modelos desfilavam remetiam a um tempo em que moda era mais espetáculo do que roupa. Um drama que, visto de perto, hoje parece fora de moda.

    Tão fora de moda quanto a passarela de Wagner Kallieno, que parece ter perdido a mão para a modelagem nesta coleção, inspirada no filme "Flashdance" (1983).

    Não que os anos 1980 não estejam em voga nas araras, mas se diluída apenas em paetês, lurex, plissados e uma cor acesa ou outra, a década se perde num vazio de proporções amplas, ombreiras e roupa sem informação.

    Já o brilho da GIG Couture é um dos mais elegantes e bem sacados da temporada. Os plissados brilhosos de efeito bicolor das saias são bem construídos e, quando combinados às paisagens impressas no tricô, formam uma imagem híbrida de vintage moderno. A estilista Gina Guerra sabe balancear o peso de cima com o de baixo.

    Pesos e medidas que fizeram a moda da grife Ratier. Bermudas combinadas com capas, comprimentos amplos e toda sorte de alfaiataria relaxada compõe o mix da grife.

    Esse relaxo nada pretensioso também é o mote da Cotton Project, grife de moda masculina que se firmou como melhor estreia desta São Paulo Fashion Week.

    O diretor criativo Rafael Varandas e o estilista Acácio Mendes conseguiram "desglamorizar" o verão brasileiro, sem o brilho e o decorativismo comum à moda nacional. Tudo é básico, mas sem o ranço asséptico do minimalismo. Jaquetas do tipo "bomber", shorts e calças jeans limpas são o novo básico proposto pela marca.

    A Ellus, que encerrou a 41ª edição da SPFW, também embarcou numa onda de básicos, porém com motivos florais típicos das roupas relaxadas dos surfistas. O viés praiano dos shorts e das camisas folgadas usadas sob o sol do Havaí, que serviu inspiração para desfile, foi mesclado ao fetichismo da marca.

    Brilhos, couros e tons neon aplicados em blusinhas da linha de peças esportivas da grife se opuseram à tentativa de transformar a veia noturna de seu estilo.

    ENGANOU-SE

    Após ter dito à Folha que havia se apaixonado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, durante a votação do impeachment, a estilista Patrícia Vieira enviou nota de esclarecimento.

    "No calor da entrevista, Patrícia trocou os nomes e disse 'que se apaixonou por Cunha', quando na realidade estava se referindo ao juiz Sergio Moro", diz a nota. Moro não estava na sessão do dia 17.

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