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    crítica

    Documentário revela como Queen ganhou de 7 a 1 de gravadora

    THALES DE MENEZES
    DE SÃO PAULO

    04/05/2016 17h02

    Divulgação
    Freddie Mercury em cena do documentário 'Queen: A Night in the Bohemia'
    Freddie Mercury em cena do documentário 'Queen: A Night in the Bohemia'

    Na véspera do Natal de 1975, o Queen fez uma apresentação que mudaria a carreira do quarteto inglês. Depois de três álbuns de som pesado que tinham feito muito sucesso no Japão e bem pouco na Inglaterra, o grupo mostraria naquela noite sua passagem para o panteão do rock.

    O show, em Londres, foi transmitido ao vivo pela TV britânica e levou pela primeira vez ao grande público "Bohemian Rhapsody", rock operístico que dificilmente escapa de uma lista –séria– das dez melhores canções do pop.

    A apresentação foi lançada em DVD no ano passado, mas nesta quinta (5) aparece a chance de vê-la na tela grande do cinema, em sete salas em São Paulo –e mais dez cidades do país. O melhor: agora o show é precedido de um documentário sensacional.

    Em pouco mais de meia hora, um jorro de entrevistas dos integrantes da banda explica a concepção de "Bohemian Rhapsody", entre conversas da época –algumas delas inéditas– e depoimentos recentes do guitarrista Brian May e do baterista Roger Taylor.

    Como ocorria no palco, o cantor Freddie Mercury se destaca também fora dele. Não poderia ser diferente, já que é o cérebro por trás dessa canção icônica –que merece como poucas o adjetivo.

    Insatisfeita com o resultado de seus três primeiros álbuns, "Queen", "Queen 2" e "Sheer Heart Attack", principalmente em relação ao retorno financeiro pífio, a banda trocou de empresário e recebeu deste a ordem para gravar o disco que eles bem quisessem, sem nenhuma pressão.

    assista

    Para o álbum que sairia em 21 de novembro de 1975 ("A Night at the Opera"), Mercury reuniu três rascunhos de canções em uma. É a divisão clara que se percebe na audição de "Bohemian Rhapsody": começa como uma balada ao piano, transforma-se em ópera tosca e acaba como hard rock.

    Os executivos da gravadora surtaram diante de uma música longa e tão inclassificável. A sugestão dada por eles a Mercury foi dividir a faixa em três canções curtas. O vocalista se diverte muito ao recordar a ideia, justamente o inverso do que ele queria.

    RELEGADO

    O baixista John Deacon, às vezes relegado a figura menor na trajetória do quarteto, aparece em depoimentos que mostram muito de seu talento. A pedido da gravadora, ele chegou a editar uma versão mais curta da música, sem a parte que emula uma ópera.

    Felizmente, o original de "Bohemian Rhapsody" venceu. E surge aqui como destaque de um show primoroso.

    QUEEN: A NIGHT IN BOHEMIA
    DIREÇÃO: vários
    PRODUÇÃO: Reino Unido, 2016, livre
    QUANDO: quinta (5/5), às 21h; terça (10/5), às 21h
    ONDE: shoppings Eldorado, Cidade de São Paulo, Market Place, Metrô Santa Cruz, Pátio Higienópolis, Anália Franco, Jd. Sul e Santana

    Edição impressa

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