Numa primeira impressão, "Memórias do Subsolo", sétimo volume da Coleção Folha Grandes Nomes da Literatura, pode parecer um bom caminho para entrar no mundo do escritor russo Fiódor Dostoiévski. Afinal, é um romance bem curto diante de seus livros mais populares, como "Os Irmãos Karamázov" e "Crime e Castigo".

Mas um leitor incauto será surpreendido por tanta intensidade nessa curta narrativa, que tem sua força nas lembranças cínicas de um funcionário público aposentado destilando amargor. Seu discurso transforma "Memórias do Subsolo" no que é considerado o primeiro romance existencialista da história.

Dostoiévski começou a carreira em 1846, conseguindo algum sucesso com "Gente Pobre". "Memórias do Subsolo" foi lançado em 1864, dentro de um período de grandes obras do autor, ao lado de "Recordações da Casa dos Mortos" (1862), "Crime e Castigo" (1866), "O Jogador" (1867) e "O Idiota" (1869).

O escritor só iria criar algo com semelhante impacto em sua última obra, "Os Irmãos Karamázov", publicada em novembro de 1880, poucos meses antes de sua morte.

Dentro da biblioteca de 28 volumes oferecida nesta coleção. "Memórias do Subsolo" faz parte do grupo de obras que recebeu traduções inéditas. Teve o texto vertido diretamente do russo por Irineu Franco Perpetuo, que também traduziu outro livro para a série: "A Morte de Ivan Ilitch", de Lev Tolstói, volume quatro da coleção.

Cada livro custa nas bancas R$ 19,90. Há possibilidade de comprar toda a série de uma vez ou em quatro lotes de sete livros (leia ao lado).