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    crítica

    Polanski mostra 'noir' magnífico e exacerbado em 'Chinatown'

    INÁCIO ARAUJO
    CRÍTICO DA FOLHA

    08/05/2016 02h36

    Divulgação
    O ator Jack Nicholson em cena do filme 'Chinatown'
    O ator Jack Nicholson em cena do filme 'Chinatown'

    Nos anos 1970, quando vigorava nos EUA um espírito de nostalgia, "Chinatown" (1974, Paramount, 13h55, 12 anos) até poderia ser visto como mera retomada do "film noir". Com efeito, a intriga que envolve o detetive J.J. Gittes remete aos anos do pós-guerra.

    O roteiro de Robert Towne tem todas as tintas do gênero: pessoas que contratam o detetive só para enganá-lo, mulheres fatais, sujeitos sórdidos por trás de tudo.

    Ao contrário do "noir" clássico, aqui há cores. Mas as cores de John Alonzo são mortiças, como que anunciando não o renascimento, mas o final de um ciclo. E a direção de Roman Polanski consegue trazer ao ar da Califórnia algo de fétido, de corroído.

    O ritmo de Gittes também parece outro em relação aos antigos detetives: é mais lento, como se se movesse num pântano. O "noir" aqui é exacerbado e magnífico.

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