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    Nunca tratei 'X-Men' como um filme de gibis, diz diretor Bryan Singer

    RODRIGO SALEM
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE LOS ANGELES

    19/05/2016 02h09

    Se você odeia a moda de filmes de super-heróis, aponte o dedo para uma pessoa: Bryan Singer. O diretor de 50 anos marcou o gênero em 2000, combinando realismo com personagens dos gibis em seu primeiro "X-Men".

    Em "X-Men: Apocalipse", Singer retorna pela quinta vez (quatro como diretor e uma como produtor) aos mutantes da Marvel para fechar um ciclo. "O filme não é uma refilmagem, mas certamente é o início de uma nova era", conta o diretor à Folha.

    "É o maior longa dos X-Men e é diferente dos anteriores: ao contrário de Magneto, que tem ódio da humanidade, Apocalipse não faz distinção entre humanos e mutantes."

    Apocalipse (Oscar Isaac) é um mutante ultrapoderoso, nascido há milhares de anos, quando era adorado como divindade. "Ele desperta em 1980, num mundo que reverencia falsos ídolos. Como um deus vingativo, crê que o planeta deve voltar a venerá-lo."

    Daniel Leal-Olivas/AFP
    O diretor Bryan Singer posa na estreia de 'X-Men - Apocalipse', em Londres
    O diretor Bryan Singer posa na estreia de 'X-Men - Apocalipse', em Londres

    Ele precisará passar por cima dos X-Men, divididos em duas ideologias após os eventos de "X-Men: Dias de um Futuro Esquecido" (2014): Xavier (James McAvoy) está otimista, enquanto Mística (Jennifer Lawrence) vaga pelo mundo encontrando horrores contra mutantes. "A escravidão acabou, mas ainda vemos racismo e ódio", afirma Singer.

    O diretor diz que o longa pouco lembra a HQ "A Era de Apocalipse" (1995), em que foi baseado, mas que o tema dos "renegados" é o que mantém a franquia conectada.

    "É a nossa cola. Sou judeu, criado numa vizinhança católica, adotado, filho único e com problemas com minha sexualidade. Isso me fez responder ao mundo onde os mutantes despertam solitários e não sabem aonde ir."

    Contudo, "X-Men: Apocalipse" não possui muitos mutantes solidários. Com personagens velhos com rostos jovens –Jean Grey agora é Sophie Turner, a Sansa de "Game of Thrones", e Ciclope é Tye Sheridan, de "O Impostor"–, velhas caras (Michael Fassbender como Magneto) e novos personagens (a Psylocke de Olivia Munn), o filme está abarrotado de heróis.

    "Nunca tratei 'X-Men' como um filme de gibis. Cada personagem é visto com seriedade e tento usar poucos efeitos especiais", conta Singer, que rebate as críticas de que "X-Men" perdeu o realismo. "A Marvel é mais colorida, mas os 'Batman', de Christopher Nolan, são o oposto. 'X-Men' fica entre esses dois."

    Singer, porém, afirma que "precisa de um tempo longe dos X-Men": "Não me vejo abandonando esse universo que ajudei a criar, mas preciso fazer coisas diferentes".

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