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    Ocupações contra extinção do MinC já acontecem em ao menos 16 capitais

    DE SALVADOR
    DE BELO HORIZONTE
    DE CURITIBA
    DO RIO
    DE SÃO PAULO
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RECIFE

    19/05/2016 17h08 - Atualizado às 20h18

    Prédios públicos por todo o país permanecem ocupados por manifestantes nesta quinta (19). Os protestos são contrárias ao governo interino do presidente Michel Temer (PMDB) e à extinção do Ministério da Cultura, que foi incorporado à pasta de Educação.

    As manifestações começaram na sexta-feira (13), em Curitiba, e se alastraram por ao menos outras 15 capitais: São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Fortaleza, Belém, São Luís, Natal, Manaus, Macapá, Cuiabá, Aracaju, Recife e João Pessoa. Em todos os Estados, os participantes organizam agendas culturais com shows, oficinas e palestras nos locais.

    Na capital paulista, a ocupação ocorre na Funarte. no centro. Desde terça (17), cerca de 60 pessoas dormem em colchões em uma das salas do prédio, mas o público varia a cada dia. Nesta quinta (19), um ato de repúdio à extinção do MinC ocorre no local às 17h.

    No Palácio Gustavo Capanema, no Rio, os manifestantes não divulgam o número de pessoas que ocupam efetivamente o prédio. Eles estimam que o público chegue a cerca de 1.000 pessoas durante os atos e shows, que acontecem no pilotis.

    Nesta quinta, a atriz Marieta Severo, que na segunda (16) participou de reunião de artistas contrários ao fim do MinC, leu um poema de Vinicius de Moraes para os participantes da ocupação. Os cantores Frejat, Leoni, Pedro Luis e Lenine também se apresentam no local nesta tarde (veja nos vídeos abaixo).

    assista

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    Para a sexta (20), estão previstos shows de Caetano Veloso e Erasmo Carlos. A PM do Rio não divulga estimativa de quantidade pessoas em nenhum tipo de evento.

    Em Curitiba, há 15 barracas montadas na área externa do Iphan. Segundo os participantes do ato, mesmo com o frio —mínima hoje prevista é de 8ºC, diz o Cptec—, cerca de 30 pessoas têm dormido no local, mas o público é flutuante e, em eventos à noite, chega a 60 e até 150 pessoas, segundo o produtor de audiovisual Guilherme Daldin.

    De acordo com funcionários do Iphan, a média é de 20 a 30 pessoas que dormem no local, com público maior durante os shows —cerca de 60 pessoas ou mais, sem ter uma estimativa exata.

    Tanto funcionários do Iphan como participantes do ato esperam público maior no fim de semana. Diariamente, a agenda cultural do dia é publicada —nesta quinta, haverá exibição de curtas-metragens de cineastas locais, shows e debates.

    Em Belo Horizonte, os grupos que ocupam a Funarte não fazem estimativa do número de pessoas na ocupação, nem a Polícia Militar, que não esteve no local. Os participantes continuam a organizar assembleias para discutir políticas públicas e apresentações culturais.

    Ocupação MinC

    A organização estima que 150 pessoas participem da ocupação da Fundação Palmares, onde funciona a representação regional do Ministério da Cultura em Salvador. Contudo, o número de manifestantes que dormem no local foi limitado a 30 para evitar danos ao patrimônio, já que o prédio é tombado. A polícia não esteve no local.

    Já em Fortaleza, cerca de 100 pessoas ocupam o Iphan desde terça-feira (17), segundo os organizadores. No Recife, aproximadamente 60 manifestantes também dormem na sede do instituto. Na programação desta quinta, o espaço recebe oficina de malabares e acrobacia, shows e exibição de filmes.

    Questionados sobre o objetivo da ocupação na capital pernambucana, os integrantes disseram que o entendimento é do "direito à cultura e à democracia, contra a tentativa de extinção do MinC por parte do governo golpista de Temer, como atitude de medo, por saber que as pessoas que trabalham com cultura valorizam a democracia".

    Em páginas nas redes sociais, participantes dos atos pelo país pedem doações de alimentos, utensílios e itens de higiene pessoal.

    JOÃO PEDRO PITOMBO, JOSÉ MARQUES, JULIANA COISSI, LUIZA FRANCO, RODOLFO VIANA, MARCELA BALBINO

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