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    virada cultural 2016

    Show da sacada do palacete Tereza tem gritos de 'Fora, Temer' durante Virada

    SILAS MARTÍ
    DE SÃO PAULO
    GUILHERME ZOCCHIO
    ANTONIO C. DOMINGUEZ
    DA EDITORIA DE TREINAMENTO

    20/05/2016 18h58 - Atualizado às 22h31

    Um dos primeiros shows a abrir, na noite desta sexta (20), o "happy hour" da Virada Cultural, a apresentação de Ná Ozzetti, Dante Ozzetti e Marcelo Pretto reuniu cerca de 300 pessoas na esquina das ruas Direita e Quintino de Bocaiúva, no centro.

    Diferentemente das edições anteriores, o evento adiantou o início de sua programação em um dia com uma espécie de "esquenta": das 18h às 23h, rodas de samba, apresentações de jazz, hip-hop e festas de música eletrônica serão realizadas no perímetro entre a avenida Ipiranga e a praça da Sé.

    Debaixo da sacada do palacete Tereza Toledo Lara, a nova sede da Casa de Francisca, um público família, até com bebês de colo, acompanhava o samba balançando de um lado para o outro e cantando junto, indiferentes ao frio ameno. O fato de não ter chovido, nem mesmo garoado, ajudou. A paz também reinou por ali, sendo o maior perigo talvez o de ser atingido por um drone carregando bugigangas coloridas que algum ambulante exibia ou o torcicolo de olhar para cima, já que os artistas cantavam na sacada.

    Dava a sensação de estar num boteco do samba, mas os artistas, tal qual Evita Perón ou Maria Antonieta, pairavam acima do público, deixando só entrever o luxo do palacete recém-restaurado atrás deles.

    A cantora dedicou a música "Vão", parceria de Luiz Tatit e Dante Ozzetti, a " todas as ocupações que estão acontecendo neste momento contra o fim do MinC [Ministério da Cultura] e dos secundaristas também". "Percebi que nesse momento o público ficou muito atento. Esse é um momento em que grandes ocupações estão tomando conta do país", disse Ná Ozzetti.

    Depois da apresentação do trio, Siba e Alessandra Leão tomaram a varanda da Casa de Francisca com um maracatu acelerado, que incendiou a plateia, quebrando o clima de botequim que reinava até então.

    Aos pés do palacete Tereza Toledo Lara, mendigos e arrumadinhos dançavam e cantavam juntos entre os ambulantes, que esperavam encher o largo da Misericórdia, no centro de São Paulo. Siba encerrou o show dizendo que a "saída é sempre pela esquerda". O público respondeu com um sonoro "fora, Temer".

    O grito se repetiu na plateia enquanto ocorria show de artistas como Juçara Marçal e Kiko Dinucci, que emendou: "Não só ele, como todos os outros. Fascistas não passarão. Marco Feliciano, vai tomar no cu".

    Veja a programação da Virada Cultural

    Por volta das 18h, a passagem de som da banda carioca de rock Autoramas já servia de trilha sonora para o vaivém que se intensificava ao fim do horário comercial na região do centro. Após o início da apresentação, poucos minutos depois, cerca de cem pessoas assistiam ao show no palco do largo do Paissandu, em frente à Galeria do Rock.

    O frio da tarde desta sexta-feira diminuiu enquanto o grupo se apresentava. O engenheiro paraense Eduardo Virgolino, 26, que mora em São Paulo há seis anos e frequenta a Virada Cultural há quatro, diz que se mantém fiel ao evento independentemente da temperatura. "[Na edição do] ano passado estava frio, mas estava cheio."

    Já Débora Silva, 28, diz que, "se precisar, a gente esquenta com os shows e a bebida". Ela trabalha na avenida Ipiranga, e veio ver a atração junto a uma amiga após o fim do expediente. A estagiária de direito faz parte do público-alvo do "happy hour" criado pela prefeitura, que busca atrair quem deixa o trabalho na região do centro para as atividades na rua.

    A auxiliar administrativa Letícia Brito, 22, que foi direto do serviço para a praça Dom José Gaspar assistir ao show do grupo Samba da Vela, afirma que o horário do "esquenta" é um fator positivo. "Aqui no centro tem várias empresas, e o show é no horário do 'happy hour' o que é legal".

    No total, 11 atrações compõem o "esquenta": a mostra audiovisual itinerante "Laço", a festa de dub e reggae Dubversão, a roda de samba Samba da Vela, o festival de rua Garageira, a apresentação do grupo de compositores Berço do Samba de São Mateus e a festa de "twerk" Batekoo.

    Completam a programação do dia as apresentações do cantor João Borba e dos artistas da Casa de Francisca, o projeto Jazz na Kombi, o encontro dos DJs Hum, Febas e Dindo Picadinha, além de shows no Estúdio Lâmina.

    Já a parte principal da programação da Virada ocorre a partir das 18h deste sábado (21), com show do cantor Ney Matogrosso no palco montado na praça Júlio Prestes.

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