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    virada cultural 2016

    Palco Test reúne as bandas mais barulhentas da Virada

    RODRIGO MENEGAT
    DA EDITORIA DE TREINAMENTO

    22/05/2016 06h14

    Para não iniciados, o ruído que vinha da esquina da avenida Rio Branco com a rua Timbiras poderia parecer microfonia ou uma falha no sistema de som. Mas era o show da banda paulistana Rakta, uma das 35 que tocaram no palco Test, o mais barulhento da Virada Cultural.

    Em comum, todos os grupos trazem uma sonoridade "difícil". O Rakta, por exemplo, toca músicas que se baseiam na repetição de ruídos e estática, mas de maneira rítmica —características de um gênero musical chamado noise.

    O palco, que na verdade consiste de três pequenos locais de apresentação, é onde as bandas mais pesadas do evento tocam. Os grupos dividem-se em três áreas: um tablado, um pequeno espaço ao lado de uma kombi estacionada na calçada e uma tenda fechada. A programação se estende até as 7h da manhã deste domingo (22).

    A barulheira passou a integrar a programação da Virada Cultural por iniciativa da banda paulistana Test, cujo nome também batiza o palco. Os músicos João Fábio —conhecido como João Kombi— e Thiago Barata organizam as apresentações desde 2012.

    Kombi conta que, no início, os shows aconteciam de maneira paralela à Virada Cultural, sem autorização oficial. Foi só em 2014 que a iniciativa ganhou apoio, o suficiente para bancar as viagens das bandas que vêm de fora de São Paulo e oferecer um cachê de cerca de R$ 150 para cada uma.

    "O público desse palco é diferente. Eles não viriam para a Virada se não fosse por esses shows", afirma Kombi. De fato, o comportamento de quem assistia à barulheira é diferente do público dos demais shows.

    Enquanto, nos outros palcos, a plateia canta e dança junto, os fãs de ruído preferem balançar a cabeça e trocar empurrões e ombradas.

    Outra banda de sonoridade agressiva a se apresentar foi o Facada, que veio de Fortaleza, no Ceará. Eles tocam grindcore, estilo musical caracterizado pelo tempo acelerado, por vocais gritados e pela breve duração das canções, muitas com menos de um minuto.

    "Estamos muito felizes de estar aqui. Uma banda de grindcore tocar de graça em São Paulo, no meio da rua? Isso não é para qualquer um", afirmou Carlos James, vocalista e baixista do grupo.

    Ele conta que a banda aproveitou a oportunidade de vir a São Paulo para emendar quatro shows em dois dias. Horas antes da Virada Cultural, o Facada tocara em um clube do centro. Para o domingo, o grupo ainda tem mais duas apresentações agendadas.

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