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    virada cultural 2016

    Tática da prefeitura esvazia shows da Virada Cultural durante madrugada

    GUSTAVO FIORATTI
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    22/05/2016 22h11

    Os arrastões que marcaram as Viradas de 2013, 2014 e, com menos intensidade, de 2015 não deram a cara neste ano, mas andar durante a madrugada por esse evento cultural ainda não é algo que se faça com total descontração.

    A Folha identificou casos de violência entre 0h e 6h deste domingo (22): uma mulher levou uma facada numa briga durante o show de Elza Soares, e um homem ficou desacordado após sofrer uma pancada na cabeça num assalto.

    A tática anunciada pela prefeitura foi a de projetar uma noitada mais vazia. Os palcos da Sé e do parque da Luz foram extintos, enquanto os da Princesa Isabel e da Júlio Prestes, próximos à cracolândia, tiveram programação reduzida.

    Na avenida São João, o público debandou a partir das 3h, com o fim do show da paulistana Céu. Quando a cantora Lei Di Dai entrou em cena, às 5h, o público se resumia a gatos pingados reunindo forças para ficar de pé.

    No largo do Arouche, Luiz Caldas manteve a liga. Abriu seu show às 5h com um solo de guitarras e emendou com "Tieta", hit que em 1989 abria a novela homônima da Globo. Não teve erro –homens, mulheres e travestis, todos tiraram o pé do chão.

    Dali até a República, o caminho se iluminava todo ocupado por tendas de comida. Questionados sobre as ocorrências da noite, agentes da Polícia Militar e da Guarda Civil Metropolitana, em bom número nesse trajeto, reportaram furtos, principalmente de celulares, mas julgaram que essa Virada foi mais tranquila do que as anteriores.

    O vale do Anhangabaú também ficou vazio durante a madrugada, exceto por um trecho próximo à estação de metrô. Naquele ponto, um projeto de música eletrônica reuniu "manos e minas".

    A embriaguez não abateu tanta gente como na edição de 2012 -que ficou marcada pelo vinho químico nas ruas do centro-, mas muitos acabaram na sarjeta. Na sexta (20), dia do "esquenta" da Virada, a prefeitura apreendeu mercadorias de mais de 200 vendedores ambulantes, mas não evitou o comércio informal durante a festa.

    A única morte durante a festa foi a de um homem de 21 anos que teve uma parada cardíaca, por ter ingerido algo que os médicos não identificaram. Ele foi levado à Santa Casa. A organização da Virada afirma que a morte não ocorreu no perímetro do evento.

    Na região da Luz, onde ocorreu a festa Calefação Tropicaos, e no palco Rio Branco, que às 5h recebeu a banda cearense Cidadão Instigado, o público teve de dividir espaço com fluxos da cracolândia, algo que piorou nesta edição.

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